sexta-feira, 10 de abril de 2009

Viver é muito perigoso

Parece que toda a briga da igreja contra as células-tronco embrionárias (Embryonic stem cells - ES) vai ter um efeito colateral inesperado. Como alternativa às células ES, em novembro de 2007, dois grupos de pesquisa, um no Japão (Universidade de Kioto) e outro nos EUA (Advanced Cell Technology, Massachusetts) divulgaram, em paralelo, o resultado de pesquisas que levaram à criação de células iPS (“induced pluripotent stem cells” = “células-tronco pluripotentes induzidas”) . Pluripotente quer dizer que a célula é capaz de se apresentar em numerosos tipos de célula. Com elas a ciência não precisaria mais usar os embriões para chegar a resultados semelhantes. Muito bem. Havia o problema delas se tornarem cancerígenas, mas novas pesquisas apontam para a solução deste problema. Só que, por outro lado, abriu-se a possibilidade de homens gerarem óvulos e mulheres espermatozóides. Foi isso que você pensou. Se der certo, Gays e lésbicas poderão ter filhos naturais (ou quase) gerado em proveta. Os gays ainda precisariam de uma barriga de aluguel, mas as lésbicas já seriam auto-suficientes. Por outro lado, gays poderiam ter filhos de ambos os sexos, enquanto as lésbicas apenas teriam mulheres. Lembram daquela aula de genética: mulheres= XX e homens= XY? Dos cruzamentos gays surgiria ainda uma nova questão: o que seria um YY (25% de chance)? Ainda é um mistério. Parece que a discussão sobre ética vai se tornar cada vez mais imprescindível à ciência e à sociedade.
Sim, e a parcela da Igreja que tanto lutou contra as células-tronco embrionárias (ES) agora vai ter sua parcela de culpa por mais esta descoberta que vai de encontro aos seus dogmas. Como diria Guimarães Rosa, viver é muito perigoso.

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