sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Algumas das atrações de hoje no Papel no Varal de sexta-feira, 13

Algumas das atrações de hoje no Papel no Varal de sexta-feira, 13, a partir das 20h30:

O piano de Expedito Rossiter.
A voz de Leureny e o violão de Willbert Fialho. (Vai rolar "Penas do Tiê", do alagoano Hekel Tavares, que o Fagner gravou)
Os atores Ronaldo de Andrade e Homero Cavalcante interpretando "O Corvo" de Edgar Allan Poe.
Também dentro da programação de 99 anos do Teatro Deodoro, a exposição "Olhar dela" da fotógrafa Kelly Baeta estará no Café da Linda (fica até o dia 30/11).
No bar: cerveja em lata a R$ 2,50; churrasquinho R$ 2,50; tábua de frios R$ 10,00.

No varal, de Gregório de Matos a Charles Bukowski:


Gregório de Matos

Ao Braço do Mesmo Menino Jesus Quando Aparece

O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.

Em todo o Sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica o todo.

O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.

Não se sabendo parte deste todo,
Um braço, que lhe acharam, sendo parte,
Nos disse as partes todas deste todo.

Charles Bukowski

Para a puta que levou meus poemas

Tradução: Ricardo Cabús

Dizem que devemos afastar o remorso do
poema
manter-se abstrato, e há alguma razão nisto,
mas jesus;
doze poemas se foram e eu não tenho cópias e você levou
minhas pinturas também, as melhores; é sufocante:
você está querendo me sacanear como os outros?
Por que você não levou meu dinheiro? sempre tiram
das calças dos bêbados largados nas sarjetas.
De outra vez leve meu braço esquerdo ou uma nota de cinquenta
mas não meus poemas:
Eu não sou Shakespeare
e daqui a pouco simplesmente
não haverá mais, nem abstrato nem de jeito algum;
sempre haverá dinheiro e putas e bêbados
até que caia a última bomba,
mas como disse Deus,
cruzando as pernas,
eu sei que deixei um monte de poetas
mas
poesia ...

to the whore who took my poems

some say we should keep personal remorse from the

poem,

stay abstract, and there is some reason in this,

but jezus;

twelve poems gone and I don't keep carbons and you have

my

paintings too, my best ones; its stifling:

are you trying to crush me out like the rest of them?

why didn't you take my money? they usually do

from the sleeping drunken pants sick in the corner.

next time take my left arm or a fifty

but not my poems:

I'm not Shakespeare

but sometime simply

there won't be any more, abstract or otherwise;

there'll always be mony and whores and drunkards

down to the last bomb,

but as God said,

crossing his legs,

I see where I have made plenty of poets

but not so very much

poetry.


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Violeta Parra no Papel no Varal


Pessoal,

Já é quase sexta-feira, 13. Estamos fazendo os últimos preparativos para que tenhamos uma agradável noite poética para todos.

As mesas - que serão colocadas nos jardins internos do Teatro Deodoro - já foram todas reservadas em menos de 24h. A produção do evento está providenciando um conjunto de cadeiras extras, que ficarão disponíveis para os participantes que chegarem mais cedo ao Teatro. Desde que preservadas as condições de conforto para todos, será livre o acesso aos jardins internos dos Teatros Deodoro e Arena. Os espaços do foyer e do Café da Linda também poderão ser ocupados pelos presentes.

Lembramos que o sarau será em palco aberto nos jardins do Teatro e o varal de poesias ficará abaixo das palmeiras, recebendo uma iluminação especial, a cargo de Edner Careca.

O serviço de bar estará disponível com barracas de bebidas e tira-gosto com preços interessantes (em breve divulgaremos o cardápio).

Dentre os poemas do varal vocês encontrarão uma tradução de Volver a los 17, de Violeta Parra, em uma homenagem a Mercedes Sosa, que cantou este poema aos quatro cantos, com sua voz bela e inesquecível.

Violeta Parra

Voltar aos 17

Tradução: Ricardo Cabús

Voltar aos dezessete depois de viver um século

É como decifrar signos sem ser sábio competente,

Voltar a ser de repente tão frágil como um segundo

Voltar a sentir profundo como uma criança frente a Deus

É isto que sinto agora neste instante fecundo.


Meu passo retrocedido quando o de vocês avança

O arco das alianças penetrou em meu ninho

Com todo seu colorido passeou por minhas veias

E até a dura corrente com que nos ata o destino

É como diamante fino que alumbra minha alma serena


O que pode o sentimento não é podido ao saber

Nem o mais claro proceder, nem o mais amplo pensamento

Tudo muda ao momento qual mago condescendente

Nos afasta docemente de rancores e violências

Só o amor com sua ciência nos torna tão inocentes.


O amor é torvelinho de pureza original

Até o feroz animal sussurra seu doce trino

Detém os peregrinos, liberta os prisioneiros,

O amor com seus esmeros torna o velho criança

E ao mau apenas o carinho o torna puro e sincero


A janela se abriu completamente como por encanto

Entrou o amor com seu manto como uma tépida manhã

Ao som de sua bela alvorada fez brotar o jasmim

Voando qual serafim ao céu colocou brincos

Meus anos em dezessete os converteu o querubim.


E vai enredando, enredando

Como no muro a hera

E vai brotando, brotando

Como o musgo na pedra

Como o musgo na pedra, ah, sim, sim, sim.


Volver a los 17

Volver a los diecisiete después de vivir un siglo Es como descifrar signos sin ser sabio competente, Volver a ser de repente tan frágil como un segundo Volver a sentir profundo como un niño frente a Dios Eso es lo que siento yo en este instante fecundo. Se va enredando, enredando Como en el muro la hiedra Y va brotando, brotando Como el musguito en la piedra Como el musguito en la piedra, ay si, si, si. Mi paso retrocedido cuando el de ustedes avanza El arco de las alianzas ha penetrado en mi nido Con todo su colorido se ha paseado por mis venas Y hasta la dura cadena con que nos ata el destino Es como un diamante fino que alumbra mi alma serena. Se va enredando, enredando (…) Lo que puede el sentimiento no lo ha podido el saber Ni el más claro proceder, ni el más ancho pensamiento Todo lo cambia al momento cual mago condescendiente Nos aleja dulcemente de rencores y violencias Solo el amor con su ciencia nos vuelve tan inocentes. Se va enredando, enredando (…) El amor es torbellino de pureza original Hasta el feroz animal susurra su dulce trino Detiene a los peregrinos, libera a los prisioneros, El amor con sus esmeros al viejo lo vuelve niño Y al malo sólo el cariño lo vuelve puro y sincero. Se va enredando, enredando (…) De par en par la ventana se abrió como por encanto Entró el amor con su manto como una tibia mañana Al son de su bella diana hizo brotar el jazmín Volando cual serafín al cielo le puso aretes Mis años en diecisiete los convirtió el querubín.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Papel no Varal nos jardins do Teatro Deodoro


O Projeto Papel no Varal – poesia de todo canto, poesia pra todo mundo – estará nos jardins do Teatro Deodoro, celebrando seus 99 anos, nesta sexta-feira, 13 de novembro, a partir das 20h30. Cem poemas foram selecionados especialmente para este abraço poético ao patrimônio cultural que os alagoanos almejam conferir de “cara nova” em breve.

Os participantes serão recepcionados pelo piano de Expedito Rossiter. Em seguida, teremos dois blocos de 50 minutos de poesia. No intervalo, a voz de Leureny e o violão de Willbert Fialho darão um brilho musical ao evento. Ao final, o palco será aberto para canja dos músicos presentes.

Embora não seja obrigatória para participar do evento, para o conforto dos participantes, a reserva de mesas (gratuita e válida até as 21h) pode ser feita pelos telefones 3315.5665 e 8872-1705. As vagas são limitadas.

Lembramos que a leitura dos poemas do varal é aberta a todos, desde que não seja seu próprio poema. A ordem de leitura fica a critério do mestre de cerimônias, que deve conduzir o evento de forma a tornar a noite agradável aos presentes.

Para quem quiser garantir poesia na volta a casa, haverá uma banca de livros com exemplares de poetas alagoanos.

Coordenação do Sarau: Ricardo Cabús

Produção executiva: Danielle Cândido

Realização: Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas

Apoio: Fundação Municipal de Ação Cultural da Prefeitura de Maceió e Instituto Zumbi dos Palmares / Rádio Educativa FM 107.7

Informações/Comentários: http://cacosinconexos.blogspot.com

papelnovaral@gmail.com / 82 – 8871.1705

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ATA apresenta "Os atores de boa fé"

Alliance Française & ATA

CONVIDAM

A Alliance Française sentir-se-á honrada com a Vossa presença, dos familiares e amigos por ocasião da LEITURA DRAMATIZADA que a ATA-Associação Teatral das Alagoas realizará no próximo dia 12 -quinta feira- às 19h30, em sua sede à Av.Humberto Mendes nº250, Centro, nesta cidade, como parte das comemorações do Ano França Brasil, em Alagoas:

Comédia...........Os atores de boa fé

Autor............... Pierre de Marivaux

Tradução......... Ronaldo de Andrade

Direção........... Homero Cavalcante

Laboratório do Centro de Tecnologia da UFAL é destaque na pesquisa de apoio ao Pré-Sal.

Laboratório do Centro de Tecnologia da UFAL é destaque na pesquisa de apoio ao Pré-Sal.

http://gazetaweb.globo.com/v2/videos/video.php?c=5623