segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Papel no Varal traz a mulher como protagonista no sarau do dia 6 de março e incentiva doação de livros para novo projeto



Por Assessoria


Uma celebração à mulher. Assim será a noite do próximo sarau poético do projeto Papel no Varal, no dia 6 de março, no Maikai Choperia, em Maceió. Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8, 100 poemas de 100 mulheres de todos os cantos do mundo irão compor o varal mais famoso da cidade.

Elisabeth Bishop e Anilda Leão, Cecília Meireles e Vera Romariz, Arriete Vilela e Emily Dickinson, todas juntas em um só lugar. Sentimentos escritos em cada célebre poema que ganham forma na voz do público que há tempos faz desse evento um sucesso.

Atendendo à proposta do projeto, a plateia pode ir ao palco ler qualquer um dos poemas selecionados, desde que não seja a autora do texto escolhido. Com a apresentação de Ricardo Cabús, o show será composto por dois blocos de leitura de poemas, intercalados pela participação de músicos convidados.

O embalo musical ficará por conta do Divina Supernova, grupo musical que tem se destacado por apresentar um trabalho primoroso, contando com a belíssima voz e a flauta de Ana Galganni e com o talento de Júnior Bocão, acompanhados pelo consagrado músico Félix Baigon. No repertório, uma viagem na música de mulheres como Edith Piaf, Joyce, Dolores Duran, Mart’nália, dentre outras.

Na oportunidade, será apresentado o projeto “Circulador de Livros”, mais uma iniciativa do Instituto Lumeeiro de incentivo à leitura. A ideia é arrecadar livros, usados ou novos, nos saraus e fazê-los circular – de forma inusitada – por leitores em diversos pontos da cidade. Portanto, quem quiser doar, já pode começar a selecionar seu exemplar. Mais detalhes sobre o projeto serão divulgados durante o evento.

O Papel no Varal – Poesia de Mulher – é uma realização do Instituto Lumeeiro para a Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos.

Serviço:

Papel no Varal – Poesia de Mulher
Data: 06 de março de 2012
Local: Maikai Choparia, no Stella Maris
Horário: 20h
Entrada: Gratuita (Doação voluntária de um livro, novo ou usado)
Reservas de mesa antecipadas: reservas@lumeeiro.org ou 82-8135-5990
Apresentação: Ricardo Cabús
Participação Musical: Divina Supernova (Ana Galganni, Júnior Bocão e Félix Baigon)
Classificação etária: 14 anos (por ser em ambiente de bar e devido à leitura de poemas com temática adulta)
Duração prevista: Duas horas

O Patinho Feio está de volta



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Sarau erótico-carnavalesco: 3 horas em 3 minutos

Pessoal,

Abaixo o link com um vídeo mostrando um pouco - 3 minutos - do que ocorreu no III Sarau Erótico-Carnavalesco do Papel no Varal, dia 4 de fevereiro de 2012, no Museu Theo Brandão, em Maceió.

http://www.youtube.com/watch?v=aMrUxJO9loI&feature=colike

Aos que foram ao evento, para relembrar. Aos que não foram, para sentirem o gostinho do que perderam. Ano que vem, tem mais. Veja a data no final do vídeo.
Divirtam-se.


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

“Cantata sáfica” do macho humano excluído

(foto de Geysa Miranda, em  http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=249221 )


Ricardo Maia apresenta mais um excelente ensaio sobre a literatura produzida em alagoas. Desta vez, a nova obra de Marcos de Farias Costa (ver foto), Cantata Sáfica, está sob o olhar dissecante de Maia. O texto completo está disponível em  http://www.escritoresalagoanos.com.br/texto/3609 . Leituras indicadas, do ensaio e do livro.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A poesia tomou e deu um banho de alegria


Eram sete e quarenta e cinco da noite. Do camarim – por uma fresta da janela – eu olhava o aguaceiro um tanto preocupado. Maceió tinha feito um dia de sol e decidira mudar de ares justamente momentos antes do início do III Sarau Erótico-Carnavalesco do Papel no Varal. O evento se propunha a trazer o espírito dos cabarés do século passado. A produção, coordenada de forma competente por Taísa, administrava os últimos preparativos para o início do show marcado para as oito. O varal com os 100 poemas já estava pronto abaixo da cúpula do Museu Theo Brandão. Pontualmente às oito e meia – para esquentar o público que assistia, sob os toldos, o cair persistente de uma caudalosa chuva de verão – a Banda Kafonas Brega Show começou o tocar. Dez minutos de um pot-pourri de lambadas foram suficientes para a chuva resignar-se e entrarmos no palco. Estava acompanhado de Carina Flor, Rosângela e Olodum, as varaletes, que dariam um toque de alegria durante todo o show. A minha indumentária era um tanto ridícula. Pela primeira vez usava anéis e correntes e creio que pela segunda vez calça branca (antes tinha sido na primeira comunhão). Mas nada pior que a barbicha, cuidadosamente desenhada pelo barbeiro Nilton, sob as orientações da produtora ao telefone.

A plateia estava muito animada. Ao invés de água, recebi uma chuva de calcinhas, que me deixaram um tanto encabulado com a brincadeira em homenagem ao Wando. Mas entrei na onda. Dava para ver muita gente que nunca havia aparecido em nossos eventos, misturada a poetas, artistas e amigos do Projeto Papel no Varal. Para minha felicidade, Letícia, Maria Luíza e Cidinha estavam na primeira fila. Recebo logo cinco inscrições para leitura e dou início ao sarau propriamente dito. Convido ao palco a atriz Mary Vaz que fez uma estátua viva no palco durante o espetáculo. As leituras se seguiram. Quando queria – e creio que todos quiseram – o leitor escrevia um verso no corpo da atriz. Com o tempo e os versos as roupas iam diminuindo no corpo de Mary, que ficava à mostra. No palco desfilaram diversos personagens, ressaltando a figura ilustre do Duque de Jaraguá, Carlito Lima, que leu Olavo Bilac, e do diretor do museu, Wagner Chaves, dizendo Mia Couto.

Fizemos o show em três blocos, com dois intervalos musicais com o melhor da música de cabaré, quando a plateia pôde dançar juntinho. Enquanto o telão, comandado por Larissa, mostrava algumas imagens em torno do tema do evento, as varaletes eram só sorrisos e passos. Lidiane e Bruna auxiliavam-me no palco, trazendo-me sempre as inscrições de leitura. Em algum momento veio-me o espírito de ex-professor de forró que me fez dançar umas lambadas com as meninas e acompanhar suas coreografias. Não sei se ficou bom, mas que eu me diverti muito, isso ninguém pode negar.

Houve sorteio de brindes dos patrocinadores e uma visita surpresa do Lobão (das Alagoas), produtor de filmes pornô, que ofertou um conjunto de dvd, muito disputado por parcela significativa do público.
Durante o evento, uma comissão julgadora escolhia a melhor leitura ou performance amadora. Ana Couto venceu o concurso, dizendo “O Tato” de Arnaldo Antunes. Bruno Duarte foi menção honrosa com “O monge e a velha” de Clément Marot e tradução de José Paulo Paes.

Outra surpresa da noite deu-se quando o ator Gustavo Gomes leu o poema Dialógica, de minha autoria, e – ao escrever os versos no corpo da estátua viva – desnudou-a por completo, recebendo as palmas da plateia. Estávamos no terceiro e último bloco que transcorreu com belas leituras. Fechei o sarau dizendo o poema “Safo em Jatiúca” do poeta alagoano Marcos de Farias Costa e entreguei o palco à banda, que colocou o público no salão, encerrando uma noite onde os ritmos e versos populares entremearam a poesia dos grandes clássicos de literatura erótica de todos os cantos e de todos os tempos. Eram onze e trinta da noite. O céu escuro enxugava as últimas gotas d’água e a poesia fruía minhas veias.


sábado, 4 de fevereiro de 2012

Daqui a pouco, o Papel no Varal Erótico

Daqui a pouco, 20h, começa o III Sarau Erótico-Carnavalesco do Papel no Varal.  Ainda há tempo de chegar e aproveitar uma noite de diversão e cultura. Os clássicos (e outros nem tanto) da literatura erótica já estão pendurados no varal de sisal, aguardando a chegada do público. A entrada será pela Praça Sinimbu e estará aberta a partir das 19h30m para quem deseje garantir um melhor lugar. A produção me informa que há 10 mesas reservadas para quem ainda não comprou e deixou para comprar na hora, acredito que estas ainda estão por 40 reais. Os individuais - gratuitos - também estão disponíveis na entrada (53 na última contagem). 

Para dar mais um gostinho do varal, vai o poema fecundação, de Gilka Machado.

Sejam bem-vindos.

Ricardo Cabús

Gilka Machado[1]

Fecundação

Tem teu mórbido olhar
penetrações supremas
e sinto, por senti-lo, tal prazer,
há nos meus poros tal palpitação,
que me vem a ilusão
de que se vai abrir
todo meu corpo
em poemas.



[1] Carioca (1893 – 1980)