domingo, 23 de dezembro de 2012

Lêdo Ivo e a planta de Maceió


Planta de Maceió
(Lêdo Ivo)

O vento do mar rói as casas e os homens.
Do nascimento à morte, os que moram aqui
andam sempre cobertos por leve mortalha
de mormaço e salsugem. Os dentes do mar
mordem, dia e noite, os que não procuraram
esconder-se no ventre dos navios
e se deixam sugar por um sol de areia.
Penetrada nas pedras, a maresia
cresta o pêlo dos ratos perdulários
que, nos esgotos, ouvem o vômito escuro
do oceano esvaído em bolsões de mangue
e sonham os celeiros dos porões dos cargueiros.
Foi aqui que nasci, onde a luz do farol
cega a noite dos homens e desbota as corujas.
A ventania lambe as dragas podres,
entra pelas persianas das casas sufocadas
e escalavra as dunas mortuárias
onde os beiços dos mortos bebem o mar.
Mesmo os que se amam nesta terra de ódios
são sempre separados pela brisa
que semeia a insônia nas lacraias
e adultera a fretagem dos navios.
Este é o meu lugar, entranhado em meu sangue
como a lama no fundo da noite lacustre.
E por mais que me afaste, estarei sempre aqui
e serei este vento e a luz do farol,
e minha morte vive na cioba encurralada.

A poesia adeja no céu de Madri

Acordei com a tristeza do falecimento de Lêdo Ivo.

Lembro seu grande poema

A passagem
(Lêdo Ivo)

Que me deixem passar - eis o que peço
diante da porta ou diante do caminho.
E que ninguém me siga na passagem.
Não tenho companheiros de viagem
nem quero que ninguém fique ao meu lado.
Para passar, exijo estar sozinho,
somente de mim mesmo acompanhado.
Mas caso me proíbam de passar
por ser eu diferente ou indesejado
mesmo assim eu passarei.
Inventarei a porta e o caminho
e passarei sozinho.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Chamada do vídeo em homenagem a Oscar Niemeyer e Décio Pignatari

Teaser do vídeo em homenagem à Décio Pignatari e Oscar Niemeyer que será exibido nesta terça,18/12/2012, às 20h no Maikai. Papel no Varal, Poesia de todo canto, Poesia pra todo mundo. 100 poemas pendurados no varal. Apresentação: Ricardo Cabús. Participação musical: Macleim, acompanhado de Everaldo Borges e Giuliano Gomes.



http://www.youtube.com/watch?v=cDwgpoUYPFQ


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Lançamento do livro "O legado de nelson Rodrigues: reflexões"


Lançamento do livro "Presença de Rosalvo Acioli na literatura"


Lançamento do livro de contos "Para além da leitura"


Lançamento nesta terça, 11 de dezembro, 19 h no Maikai Choparia.

Papel no Varal volta no fim do ano celebrando a poesia e homenageando o concreto


O gênio Oscar Niemeyer eternizado em obras de concreto e o poeta concretista Décio Pignatari estarão lado a lado no varal de poesia
(Ascom Lumeeiro)

Será na terça-feira, 18 de dezembro, às 20h no Maikai Choparia. Desta vez o Papel no Varal estará em seu formato tradicional: uma seleção eclética com 100 poemas de todo canto, de todo tempo, com tema livre. Uma peripécia do destino fará com que dois poetas recém-falecidos estejam juntos, pendurados por pregadores de madeira em um varal de sisal. Os versos do Poema da Curva de Oscar Niemeyer (“Não é o ângulo reto que me atrai,/Nem a linha reta, dura, inflexível criada pelo o homem./O que me atrai é a curva livre e sensual.”) ladearão o Rumbo a Nausicaa de Décio Pignatari (“O sopro e o sangue criam, não / ressuscitam. Os mortos / aborrecem chamados de esperança. As crianças / turbam a ordem. Os poetas / comovem o caos, afligem / o ventre das mulheres.”).

Vale ressalvar que a poesia concreta não é frequente no Papel no Varal, devido ao seu formato. Para essa homenagem, será projetado um curto vídeo com uma seleção de poemas concretos de Décio Pignatari e imagens de projetos de Oscar Niemeyer.

Entremeando a leitura de poemas, Mácleim – acompanhado de Everaldo Borges (sax) e Jiuliano Gomes (teclado) – trará músicas de seu mais recente CD “Esses Poetas”, com uma excelente seleção de poetas alagoanos, de Jorge de Lima a Sidney Wanderley. O disco estará à venda durante o evento e poderá ser autografado pelo compositor.

A entrada é gratuita. Como as vagas são limitadas, será exigido convite, que poderá ser apanhado nas farmácias Ao Phamacêutico a partir do dia 13.

Será uma noite de celebração, para concluir mais um ano de muita poesia espalhada em nossa cidade pelos projetos do Instituto Lumeeiro.

ARTISTAS


Ricardo Cabús é poeta, tradutor, compositor e professor universitário. Lançou dois livros de poesia, Cacos Inconexos e Estações Partidas, e A Galinha Saudosa, título de literatura infantil. Ensina na UFAL, preside o Instituto Lumeeiro e é o idealizador e apresentador do projeto Papel no Varal. Criou e dirige o Minuto de Poesia na Rádio Educativa FM.

Mácleim é compositor, cantor, produtor musical, arranjador, jornalista, blogueiro e crítico musical. Compôs trilhas para teatro. Começou sua carreira participando de Festivais Universitários. Na década de 80 foi para o Rio de Janeiro, estudou no Conservatório Villa Lobos, cantou na noite carioca e trabalhou em vários estúdios. Tocou e cantou ao lado de importantes artistas como Djavan, Elba Ramalho e Milton Nascimento. Viveu um período na Europa, realizando turnês artísticas por Londres, Paris e Amsterdam, onde foi premiado duas vezes.

Everaldo Borges é saxofonista, compositor e arranjador. Apaixonado pelo jazz e pela música instrumental, Everaldo lançou o primeiro cd de música instrumental em Alagoas, faz parte da Banda de Música da Polícia Militar e trabalhou com grandes nomes da música local e nacional, como Dona Ivone Lara, Ithamara Koorax, Cláudio Zoli, Mácleim, Carlos Moura, Júnior Almeida, Eliezer Seton, Francisco Elpídio, Ibys Maceió, Leureny, e Fernando Melo.
 Jiuliano Gomes toca piano e teclado. Tem uma carreira de sucesso acompanhando os melhores nomes da música alagoana.

O EVENTO

O Papel no Varal é um sarau de poesias, com 100 poemas pré-selecionados, dependurados em um varal de sisal. Todos podem ler no palco qualquer dos poemas pendurados. Não é indicada a leitura de poemas por seus autores nem a leitura de poemas que não estejam selecionados para esta edição.
            Esta edição tem o apoio de Ao Pharmacêutico, da Gama Engenharia de Recursos Hídricos, do Armazém Guimarães, da UFAL e do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP). A entrada é gratuita. Os convites podem ser adquiridos antecipadamente em toda a rede de farmácias Ao Pharmacêutico. Mais informações pelo telefone 82-8135-5990, e-mail contato@lumeeiro.org, twitter @papelnovaral e Facebook Papel no Varal.

SERVIÇO

Papel no Varal

QUANDO: Terça-feira, 18 de dezembro de 2012, às 20h.

ONDE: Maikai Choparia

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos

CONVITES ANTECIPADOS:  Gratuitos nas farmácias da rede Ao Pharmacêutico

INFORMAÇÕES:
82 8135-5990 / contato@lumeeiro.org
Twitter: @lumeeiro e @papelnovaral

REALIZAÇÃO:  Instituto Lumeeiro

APOIO: Ao Pharmacêutico, Conselho de Arquitetura e Urbanismo CAU/AL, Gama Engenharia de Recursos Hídricos, Armazém Guimarães, UFAL e Instituto Zumbi dos Palmares (IZP).





sábado, 3 de novembro de 2012

Aqueles Dois - Peça baseada em texto de Caio Fernando Abreu no Teatro do Marista







A Eletrobras/Chesf, por meio do MINC, Ministério da Cultura, e Lei Federal de Incentivo a Cultura, do Governo Federal, traz a Maceió, pela primeira vez, a Cia. de Teatro Luna Lunera, de Belo Horizonte/MG, com seu prestigiado espetáculo Aqueles Dois, baseado no conto do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu (1948-1996).


Aqueles Dois estreou em 2007 e tem obtido, desde então, grande sucesso de público e crítica em sua trajetória. Cumpriu longas temporadas em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo; participou de importantes festivais nacionais e internacionais, incluindo apresentação no México; através do projeto Palco Giratório pode circular por 16 estados brasileiros, e agora, por meio do Circuito Eletrobras, patrocinado pela Chesf e Eletronorte, chega a sete capitais do Norte e Nordeste: Etapa Chesf (Aracaju, Belém, Maceió e Teresina) e Etapa Eletronorte (Boa Vista, Macapá e Manaus).


A capital de Alagoas foi escolhida para abrir o Circuito Eletrobras/Chesf. De 30 de outubro a 4 de novembro o público de Maceió poderá conferir apresentações de Aqueles Dois e a oficina Ator Criador, que revela etapas da construção do espetáculo.


A programação começa com a oficina Ator Criador, que acontece de 30 de outubro à 1º de novembro (terça à quinta), das 14h às 18h no SESC Poço. Direcionada a atores, bailarinos e estudantes de teatro, maiores de 16 anos, será ministrada por Zé Walter Albinati, membro da Companhia. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo www.cialunalunera.com.br e pelo e-mail cialunalunera@cialunalunera.com.br. As vagas são limitadas, podendo haver seleção entre os inscritos.


No final de semana, 3 e 4 de novembro (sábado e domingo), os palcos se abrem para as apresentações de Aqueles Dois. A peça acontece em três horários: no sábado às 18h30 e 21h, e no domingo às 20h, no Teatro Marista (Av. Dom Antônio Brandão, 564 – Farol).


Sinopse


Da rotina de uma “repartição” – metáfora para qualquer ambiente inóspito e burocrático de trabalho, revela-se o desenvolvimento de laços de cumplicidade entre dois de seus novos funcionários, Raul e Saul. É que “num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra”. No entanto, essa relação acaba gerando incômodo nos demais colegas de profissão. O espetáculo Aqueles Dois foi criado a partir do conto homônimo do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu.


Trajetória de Aqueles Dois


O espetáculo estreou em novembro de 2007, em Belo Horizonte, e vem construindo uma ampla trajetória desde então. Apresentou-se em importantes festivais nacionais e internacionais no Brasil (Festival de Curitiba/PR – Mostra Contemporânea; FIT-BH - Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte/MG; Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto/SP; Fiac - Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia – Salvador/BA; Festival Recife do Teatro Nacional – Recife/PE; Filo - Festival Internacional de Londrina – Londrina/PR; Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente/SP; Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília/DF) e cumprido longa temporada no Sesc Avenida Paulista - São Paulo/SP (2008), na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança – Belo Horizonte/MG (2009 e 2012) e no Centro Cultural Banco do Brasil – Rio de Janeiro/RJ (2010). Em 2010, o espetáculo foi apresentado em 44 cidades e 14 estados através do Palco Giratório, do Sesc Nacional. Neste mesmo ano, ganhou uma versão em espanhol, Aquellos Dos, e foi apresentado no 3° Encuentro de Creadores Teatrales Independientes em Santiago de Querétaro, México.


Aqueles Dois foi contemplado no 13º Prêmio Sesc-Sated/MG nas categorias Melhor Espetáculo e Melhor Direção; no 5º Prêmio Usiminas-Sinparc nas categorias Melhor Espetáculo, Melhor Direção e Melhor Ator (Rômulo Braga); foi indicado ao Prêmio Shell São Paulo 2008 nas categorias de Melhor Direção, Melhor Cenário e Melhor Iluminação, tendo recebido este último.


O autor do conto, na obra e no espetáculo


O conto, publicado em sua primeira versão em "Morangos Mofados" (Brasiliense, 1982), faz parte de "Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século" (curadoria de Italo Moriconi, Objetiva, 2000). Nele, como praticamente em toda produção literária de Caio Fernando Abreu, são múltiplas as citações ou simples menções a artistas e obras de áreas diversas, locações urbanas, letras de músicas, filmes, épocas, onde o autor mistura, despudoradamente, seus mundos biográfico e ficcional.


Texto e espetáculo possibilitam uma diversidade de leituras e percepções sobre o universo "daqueles dois". Os atores revezam-se nos papéis de Raul e Saul, narram trechos, sugerem os outros personagens da “repartição” e inserem suas próprias referências e leituras para o texto de Caio. Há ainda no cenário, no figurino, na música e no texto uma intencional simultaneidade abrangente a várias décadas.


O jogo corporal entre atores, o trabalho com a fala, a relação com o espaço e os objetos, recebeu influência dos temas deflagradores do Observatório de Criação da Cia. Luna Lunera: o contato improvisação e o método das ações vocais.



SERVIÇO:

AQUELES DOIS

Duração: 85 minutos
Gênero: Épico dramático
Classificação etária: 16 anos
Local: Teatro Marista (Av. Dom Antônio Brandão, 564 – Farol)
Data: 3 e 4 de novembro de 2012
Horários: 03/11, sábado, às 18h30 e às 21h
04/11, domingo, às 20h
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
Ponto de venda: Loja Zoolo no Hiper Center Farol


Produção Local: Cena Livre Produções 8805-6641 e 9912-6291

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Piazzollando Quintana: sutileza nos versos e virtuosismo no tango embevecem o público


por Ludmila Monteiro e Rafaela Albuquerque
Supervisão: Jornalista Andréa Moreira
Fotos: Ascom – Instituto Lumeeiro

Criatividade: algo mais, além de um legado imortal, une dois grandes expoentes que foram visitados pelo Em Maceió chove poesia, na noite da segunda-feira, dia 27, no Maikai Choparia. A sutileza de Quintana e a sofisticação de Piazzolla transportaram o público a um encontro inusitado e envolvente nas interpretações, ao mesmo tempo fiéis e inovadoras, de Ricardo Cabús, Bruno Palagani e Willbert Fialho.
Ricardo Cabús deu voz à poesia de Mário Quintana,
o ‘poeta das coisas simples’
            A escolha da poesia de Mário Quintana provou-se das mais acertadas diante da casa cheia do Maikai - aproximadamente 250 pessoas compareceram à choparia para prestigiar o espetáculo. Na voz de Cabús, a obra do poeta que dizia escrever para ‘a Maria de Todo Dia’ e ‘o João Cara de Pão’ esbanjou simplicidade e alcançou os presentes instantaneamente.
           Quintana escreveu poemas a respeito de quase tudo: falou de amor com a delicadeza que lhe é peculiar, divagou sobre a identidade que se forma desde a casa em que se nasce, refletiu sobre a vida e a morte. Tudo isso temperado por um humor sagaz, que, com Ricardo Cabús alternando as palavras do poeta com pequenos causos de sua vida, provocou diversos momentos de riso na plateia.

Roberto Sarmento (dir.) veio atraído pela obra de Piazzolla
Ricardo Cabús deu voz à poesia de Mário Quintana, o ‘poeta das coisas simples’
 
            Opiniões do público - O professor universitário Roberto Sarmento confessou que a principal motivação para sua presença no Piazzollando foi a obra do compositor argentino, mas não deixou de citar a importância da combinação com a poesia de Quintana. “Eu acho essa iniciativa de combinar poesia com a música uma coisa muito boa... Ambas as artes são atraentes,” declarou.

Roberto Sarmento (dir.) veio atraído pela obra de Piazzolla
A música de Piazzolla foi a responsável por atrair um grande número dos espectadores que lotaram o Maikai. Arrancou aplausos do público o tango em uma nova cor, nas cordas do violão, do bandolim e da guitarra baiana, com a interpretação dos virtuosos Willbert Fialho e Bruno Palagani.

Roberto Sarmento (dir.) veio atraído pela obra de Piazzolla
 
            “Eu gosto muito de Astor Piazzolla, e aqui a gente quase que não ouve,” comentou o secretário adjunto de cultura do estado, Álvaro Otacílio Vasconcelos, presente também como representante da parceria entre o Instituto Lumeeiro e a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) – uma das responsáveis por fazer acontecer os eventos do projeto. “O Cabús está sempre inovando e seria muito bom que outras pessoas também fizessem, como ele, eventos assim, diferentes, para movimentar mais a cultura alagoana,” acrescentou o secretário.
Álvaro Otacílio Vasconcelos representou o apoio da Secult
            Lucas Almeida, estudante de jornalismo, compartilha esta opinião. Ele considera o formato do Piazzollando Quintana e outros projetos do Instituto Lumeeiro algo inédito no Nordeste e no Brasil. “Dificilmente você encontra,” disse Lucas e concluiu: “Saber que em Maceió existe, e que sempre que acontece, lota, é muito satisfatório.”
O estudante de Letras Tiago Peres, que esteve presente no Bukowski Blues, evento anterior do mesmo projeto, repetiu a dose e aprovou a interpretação dos artistas: “Eu notei uma intimidade bem maior do Ricardo Cabús com os poemas, foi uma experiência mais catártica tanto pra ele quanto pra gente.” Ele também considerou a música como “tocante e emocionante”, elogiando a diversidade na interpretação de Patricia Hecktheuer e na atuação de José Márcio Passos, que apresentou o poema Solau à moda antiga.
Patricia Hecktheuer: “Foi uma grande emoção”

Álvaro Otacílio Vasconcelos representou o apoio da Secult
 
            Convidada especial - Cabús convidou a soprano gaúcha para participar do espetáculo, interpretando Balada para um louco, após encontrá-la na rua e recordar sua admiração pelas obras de Quintana e Piazzolla. Patricia Hecktheuer disse que a experiência foi uma grande emoção e uma oportunidade de relembrar suas raízes. “Eles são muito talentosos,” falou, referindo-se a Fialho e Palagani. “A gente ensaiou tão pouco, e eles acompanharam... São pessoas muito sensíveis,” avaliou.

Patricia Hecktheuer: “Foi uma grande emoção”
 
            Os instrumentistas já haviam tido a experiência de tocar composições de Piazzolla, porém esta foi a primeira vez em que Willbert Fialho e Bruno Palagani tocaram um repertório tão extenso do argentino. “Foi um grande desafio” contou Bruno Palagani, para quem a maior dificuldade foi fazer os arranjos para cordas a partir dos originais, destinados ao bandoneón, instrumento clássico do tango. “Mas foi muito gostoso”, resumiu Palagani, recordando o processo em que ele e Fialho trabalharam para transpor os tons das músicas de Piazzolla para os mais adequados aos seus instrumentos. Na opinião do músico, esta foi uma experiência musicalmente enriquecedora para a dupla.
Palagani (esq.) e Fialho (dir.) responderam com maestria
 ao desafio de adaptar as obras do compositor argentino

Palagani (esq.) e Fialho (dir.) responderam com maestria ao desafio de adaptar as obras do compositor argentino
 
            Piazzollando Quintana encerrou a programação do projeto Em Maceió chove poesia, que levou o público ao Maikai durante os meses de julho e agosto em quatro noites muito agradáveis, plenas de boa poesia e música de qualidade, com um público total girando em torno de 900 pessoas. O projeto foi uma realização do Instituto Lumeeiro, com o apoio das farmácias Ao Pharmacêutico, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), da Gama Engenharia de Recursos Hídricos, da Braskem, do Armazém Guimarães, do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e do Instituto Zumbi dos Palmares.
Novos eventos realizados pelo Instituto estão previstos para os meses de setembro, outubro e novembro deste ano. Maiores detalhes serão divulgados em breve nos seguintes endereços:
Facebook: www.facebook.com/instituto.lumeeiro.3 e Fanpage Papel no Varal
Twitter: @lumeeiro e @papelnovaral

Casa cheia no Maikai: mais de 250 pessoas compareceram ao diálogo de poesia e música do Piazzollando Quinana
 
Para receber e-mails do Instituto Lumeeiro, acompanhar sua programação, ou outras informações: 8135.5990 e contato@lumeeiro.org.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O “poeta das coisas simples” invade Maceió ao som do tango


    
Público visita a poesia de Mário Quintana e o tango de Astor Piazzolla na segunda-feira, 27
(Ascom Lumeeiro)

            Um engenhoso encontro entre poesia e música conduz o projeto Em Maceió chove poesia para o seu desfecho. A obra de Mário Quintana e o neotango revolucionário de Astor Piazzolla se entrelaçam no espetáculo Piazzollando Quintana, na segunda-feira, dia 27, no Maikai Choparia.
            O idealizador do projeto, Ricardo Cabús, dará voz a  Mário Quintana, um poeta consagrado por sua obra livre e multifacetada. Gaúcho e conhecido como o “poeta das coisas simples”, Quintana destacou-se também como tradutor e jornalista. Sua poesia é marcada por profundas reflexões e um senso de humor aguçado e sarcástico. "Quintana diz a poesia atemporal e, nele, o jovem e o velho se encontram numa simbiose, qual beija-flor e o pólen, que vai mundo afora aspergindo o belo", diz Ricardo Cabús.
            Acompanham Cabús, nesse diálogo, as cordas de Wilbert Fialho e Bruno Palagani, que trazem, com Piazzolla, composições capazes de questionar a tradição do tango argentino ao interagir com elementos do jazz e da música clássica para criar um novo estilo – o neotango. Para o duo de músicos, especializado em chorinho, tocar Piazzolla só com instrumentos de cordas é um grande desafio, "porém, muito prazeroso", diz Bruno Palagani.

Artistas      
   
            Ricardo Cabús é poeta, tradutor, compositor e professor universitário. Lançou dois livros de poesia, Cacos Inconexos e Estações Partidas, e A Galinha Saudosa, título de literatura infantil. Ensina na UFAL, preside o Instituto Lumeeiro e é o idealizador e apresentador do projeto Papel no Varal. Criou e dirige o Minuto de Poesia na Rádio Educativa FM.

            Bruno Palagani toca cavaquinho desde os 14 anos e foi apresentado ao bandolim aos 19 anos. Seu mestre e principal influência é o músico alagoano Wellington Pinheiro. Apesar de muito jovem, Bruno tem na bagagem participação em shows de diversos nomes da música alagoana e nacional, como Júnior Almeida e Ney Matogrosso. Atualmente, integra os trabalhos Duo no Choro, Trio Cai Dentro, Grupo Cai Dentro e o trabalho autoral do alagoano Júnior Almeida.   

            Wilbert Fialho é alagoano de Pão de Açúcar e traz a influência ribeirinha em sua formação musical. Destaque entre os violonistas alagoanos, já acompanhou inúmeros músicos locais, em shows e gravações, e, atualmente, toca com o cantor Altemar Dutra Jr. Já produziu trilhas sonoras para documentários e integra os grupos Duo no Choro, Trio Cai Dentro, Grupo Cai Dentro e Confraria Alagoana do Choro

O evento
            Piazzollando Quintana completa a programação do projeto Em Maceió chove poesia, uma realização do Instituto Lumeeiro com o objetivo de banhar a cidade em boa poesia e música de qualidade, no clima do inverno. O espetáculo foi precedido pelo Papel no Varal, com participação musical de Wado, Djavaneando Lêdo, com Igbonan Rocha, Altair Roque e Jucélio Souza, e Bukowski Blues, com Atiba Taylor e Ricardo Lopes.
            O projeto Em Maceió chove poesia tem o apoio de Ao Pharmacêutico, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), da Gama Engenharia de Recursos Hídricos, da Braskem, do Armazém Guimarães, do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP). A entrada para cada show custa R$7 (meia) e R$14 (inteira), para compra antecipada e R$10 (meia) e R$20 (inteira), para compra na hora do show. Os ingressos podem ser comprados antecipadamente em toda a rede de farmácias Ao Pharmacêutico. Mais informações pelo telefone 82-8135 5990 e pelo e-mail contato@lumeeiro.org.

SERVIÇO:
Piazzollando Quintana, com Ricardo Cabús,  Bruno Palagani e Wilbert Fialho
QUANDO:
Segunda-feira, 27 de agosto, às 20h.
ONDE:
Maikai Choparia
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA:
Livre
INGRESSOS ANTECIPADOS:
R$ 7 (meia) ou R$ 14 (inteira), à venda nas farmácias da rede Ao Pharmacêutico
INGRESSOS NA HORA DO SHOW:
R$ 10 (meia) ou R$ 20 (inteira), à venda no Maikai Choparia
INFORMAÇÕES:
82 8135-5990 / contato@lumeeiro.org
Twitter: @lumeeiro e @papelnovaral
REALIZAÇÃO:
Instituto Lumeeiro
APOIO:
Ao Pharmacêutico, Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Gama Engenharia de Recursos Hídricos, Braskem, Armazém Guimarães, Instituto do Meio Ambiente (IMA) e Instituto Zumbi dos Palmares (IZP).

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Bukowski Blues, uma noitada surpreendente de poesia, com boa música e participações especiais



Desta vez, os jovens dominaram a plateia, atraídos por versos irreverentes, ditos com convicção, embalados por melodias bem interpretadas e colhidas fora do “cardápio” comercial.

(Ascom - Lumeeiro - Por Ludmila Monteiro e Rafaela Albuquerque, com supervisão da Jornalista Andréa Moreira)


               Acordes de blues introduziram o público presente no Maikai Choparia em um cenário único na noite de segunda-feira: um mundo de inquietude, relacionamentos intensos, trabalho rude, madrugadas insones, sentimentos a flor da pele. O mundo de um homem com uma infância sofrida, que descobriu, aos 35 anos, que também podia escrever poesia. E uma poesia que reverbera no tempo e no espaço. Chega aos dias de hoje, até aqui, longe de onde foi gerada.
               Não é inesperado o fato dos versos de Bukowski terem atraído tantos jovens ao terceiro evento do projeto Em Maceió chove poesia. O estilo do ‘Velho Safado’, como ficou conhecido no mundo literário, sempre foi para quem aprecia a novidade. Direto, contundente, desafiou muita gente de sua época e, ainda hoje, fascina a juventude. Ainda mais na combinação com as músicas escolhidas para a noitada do Bukowski Blues, conduzida pelo escritor Ricardo Cabús, ao som de Atiba Taylor e Ricardo Lopes.
               Linguagem atraente - “Eu fiquei sabendo no evento anterior, sobre Lêdo Ivo,” conta Isaac Amaral Bugarim, 27 anos. O advogado disse gostar da linguagem de Bukowski, por isso, veio ao Maikai com expectativas de “uma noite muito boa”. Ana Luiza Mendonça, 20 anos, compareceu também pelo programa musical e a inclusão de Summertime no repertório foi um dos acertos para ela: “Esse estilo de música me encanta,” explicou a estudante de arquitetura e acrescentou: “vale a pena conhecer esse trabalho”.
               O ator José Márcio Passos é uma presença tradicional nos eventos do Instituto Lumeeiro e avaliou: “é uma das melhores coisas que já aconteceram na vida cultural alagoana”. O próximo desafio, ele espera, será espalhar a proposta para além da cidade, no interior. Para o ator, “isso é muito importante. Você olha para as pessoas aqui nessas mesas e vê que muita gente nunca leu um poema; não tem contato e se encanta quando chega aqui, porque poesia modifica a pessoa; é uma nova maneira de ver e descrever o mundo, tudo que está ao nosso redor; e tudo se torna mais bonito, coisa que vale a pena”.


               Participações musicais - Na segunda edição do Bukowski Blues, repetiu-se a guitarra de Ricardo Lopes e teclado, sax e voz de Atiba Taylor. Os dois embalaram a poesia de Bukowski com clássicos do blues, como Baby Please Don’t Go, Big Leg Woman, Down Home Blues e muitos outros. Segundo Ricardo Lopes, a seleção das músicas foi feita a partir de um repertório que ele e Atiba já tocam, e que Cabús já conhece bem o bastante para identificar com a poesia de Bukowski. “Você tem que tentar tocar uma música que tenha a ver com o que ele está declamando da poesia”, explica o guitarrista. Para Atiba Taylor, a experiência de dialogar com a obra de Bukowski, na voz de Cabús foi “muito divertida e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de interagir com o público diferenciado”.
               Para completar, no final da noite, duas participações especiais trouxeram o som da gaita para o palco. No último bloco da programação, André Vilela, que toca na Blues Mascavo, foi chamado por Atiba, com quem já havia tocado antes, para improvisar uma música. A segunda surpresa foi Adelmo Correia, maceioense que já tocou na Dona Maria e atualmente reside em Fortaleza e faz parte da formação cearense In Blues. Ele tocou pela primeira vez com os músicos presentes no Bukowski Blues, embora já tenha assistido Atiba tocar com Artur Menezes antes e afirmou: “Quando eu soube que ele estava morando aqui, me encheu de orgulho... Eu estou aqui de férias, quando soube que ele ia tocar hoje, vim voando pra cá.”
               Para fechar a série de eventos do projeto Em Maceió chove poesia, acontece no dia 27 de agosto o Piazzollando Quintana, ainda inédito. No palco do Maikai Choparia, Ricardo Cabús dá voz à poesia livre e multifacetada de Mário Quintana acompanhado pelos músicos Wilbert Fialho e Bruno Palagani, que interpretam, em um duo de cordas, o neotango revolucionário de Astor Piazzolla. Os ingressos antecipados já estão à venda em toda a rede de farmácias Ao Pharmacêutico: custam R$7 (meia) e R$14 (inteira), para compra antecipada; R$10 (meia) e R$20 (inteira), para compra na hora do show.
              Outras informações pelo telefone 82-8135 5990 e pelo e-mail contato@lumeeiro.org.

domingo, 5 de agosto de 2012

Maceió dialoga com a poesia de um ‘Velho Safado’, regada a blues




(Ascom – Instituto Lumeeiro)

O projeto Em Maceió chove poesia ousa de novo: deságua no público os versos de Charles Bukowski, ao som do estadunidense Atiba Taylor e do alagoano Ricardo Lopes. E essa “chuva” inspiradora já tem dia e hora marcados para cair: 13 de agosto, segunda-feira, às 20 horas, no Maikai Choparia, na Jatiúca.
De origem alemã, mas criado nos Estados Unidos, Bukowski é dono de uma obra de caráter “debochado” e estilo totalmente coloquial, com alusão a trabalhos braçais, porres, relacionamentos despudorados. Além de sentimentos conflitantes de repulsa, ódio e paixão, amor... A noitada vai destacar a face poética e fascinante do também contista e romancista.
Em Bukowski Blues, o poeta e idealizador do projeto, Ricardo Cabús, traduziu e dará voz a poemas marcados por um estilo enxuto, irônico, autobiográfico e cujo lirismo é cativante: "Em meu coração existe um pássaro, um azulão que quer sair / mas eu não permito, / eu digo, fique aí, eu não vou deixar ninguém ver você".
Para completar o diálogo entre as duas expressões artísticas, os expressivos clássicos do blues como SummertimeBaby Please Don't Go Down Home Blues, interpretados por Atiba Taylor, nos vocais, sax e teclado, e Ricardo Lopes, na guitarra. "A estreia do Bukowski Blues, em 2011, revelou a expressiva legião de fãs do poeta em Maceió e redondezas. Agora, teremos um espetáculo amadurecido, num roteiro que rega com blues os versos etilizados do Velho Safado. Vamos rolar os dados", diz Ricardo Cabús.


Quem estará lá


Ricardo Cabús é poeta, tradutor, compositor e professor universitário. Lançou dois livros de poesia, Cacos Inconexos Estações Partidas, e A Galinha Saudosa, título de literatura infantil. Ensina na UFAL, preside do Instituto Lumeeiro, idealizou e apresenta o projeto Papel no Varal; criou e dirige o Minuto de Poesia na Rádio Educativa FM.


Atiba Taylor é estadunidense, toca saxofone e piano desde os 15 anos. Já se apresentou em diversos países europeus, em turnês de jazz. Nos Estados Unidos, começou a experimentar jazz com música popular brasileira. Tocou com o músico brasileiro Alaor Macedo e o grupo de samba Origem. Atualmente, reside em Maceió e faz parte do Brasil Modern Jazz Quarteto.


Ricardo Lopes é maceioense e um dos guitarristas mais reconhecidos do estado. Influenciado por Pat Metheny, Scott Henderson e Joe Satriani, mistura jazz, rock e blues com arranjos contemporâneos, ligados à cultura popular nordestina. Já participou de shows de artistas de renome nacional e internacional e foi o idealizador do Brasil Modern Jazz Quarteto.

Próximas atrações
O último show do projeto Em Maceió chove poesiaPiazzollando Quintana, será no dia 27 de agosto, também no Maikai Choparia. A proposta é alternar poesias de Mário Quintana, na voz de Ricardo Cabús, com o tango de Astor Piazzolla, executado pela dupla Bruno Palagani e Wilbert Fialho.
O projeto Em Maceió chove poesia tem o apoio de Ao Pharmacêutico, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), da Gama Engenharia de Recursos Hídricos, da Braskem, do Armazém Guimarães, do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP).
A entrada para cada show custa R$7 (meia) e R$14 (inteira), na compra antecipada; R$10 (meia) e R$20 (inteira), para a compra na hora do show. Os ingressos estão à venda em toda a rede de farmácias Ao Pharmacêutico. Mais informações pelo telefone 82-8135 5990 e pelo e-mail contato@lumeeiro.org.


Serviço
Bukowski Blues,  Ricardo Cabús convida Atiba Taylor e Ricardo Lopes
QUANDO:
Segunda-feira, 13 de agosto, às 20h.
ONDE:
Maikai Choparia
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA:
14 anos
INGRESSOS ANTECIPADOS:
R$ 7 (meia) ou R$ 14 (inteira), vendidos nas Farmácias Ao Pharmacêutico
INGRESSOS NA HORA DO SHOW:
R$ 10 (meia) ou R$ 20 (inteira), vendidos no Maikai Choparia
INFORMAÇÕES:
82 8135-5990 / contato@lumeeiro.org
Twitter: @lumeeiro e @papelnovaral
REALIZAÇÃO:
Instituto Lumeeiro
APOIO:
Ao Pharmacêutico, Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Gama Engenharia de Recursos Hídricos, Braskem, Armazém Guimarães, Instituto do Meio Ambiente (IMA) e Instituto Zumbi dos Palmares (IZP).