sábado, 22 de janeiro de 2011

Onde comprar mesas para o Papel no Varal

As vendas de mesas (até quatro pessoas) para o Papel no Varal, de 25/1/2011, serão na Sorveteria Fika Frio, na Amélia Rosa.
Horário: das 10h às 22h

Preço:
até segunda-feira: 16 reais
no dia (terça, 25) : 20 reais

Vagas limitadas

Edwin Morgan estará no Papel no Varal de 25/1/2011

Edwin Morgan

Um Cigarro

Tradução: Ricardo Cabús

Não há fumaça sem você, meu fogo.

Depois que você partiu,

seu cigarro incandesceu em meu cinzeiro

e lançou um longo fio cinzento tão vertical que

eu sorri a devanear sobre quem acreditaria neste sinal

de amor profundo. Um cigarro

no cinzeiro de um não-fumante.

Enquanto o último filete

treme, uma brisa repentina

sopra arejando minha face.

É aroma, é sabor?

Você está aqui de novo e eu estou embriagado nos seus lábios de tabaco.

Apague a luz.

Deixe a fumaça pousar de volta na escuridão.

E até que eu ouça a última cinza

suspirar entre as flores de latão

eu respirarei, até bem depois da meia-noite, seu último beijo.

Edwin Morgan

One Cigarette

No smoke without you, my fire.

After you left,

your cigarette glowed on in my ashtray

and sent up a long thread of such quiet grey

I smiled to wonder who would believe its signal

of so much love. One cigarette

in the non-smoker's tray.

As the last spire

trembles up, a sudden draught

blows it winding into my face.

Is it smell, is it taste?

You are here again, and I am drunk on your tobacco lips.

Out with the light.

Let the smoke lie back in the dark.

Till I hear the very ash

sigh down among the flowers of brass

I'll breathe, and long past midnight, your last kiss.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Papel no Varal volta em seu formato tradicional



Dentro do nosso novo Projeto "Em Maceió Verão Poesia", na próxima semana, terça-feira, 25 de janeiro, 20h, o Papel no Varal - poesia de todo canto, poesia de todo mundo - volta em seu formato tradicional. Já está pronta a seleção dos cem poemas que estarão pendurados no varal para serem lidos por qualquer um dos presentes ao BomBar - Jatiúca (desde que não seja o próprio autor).

No intervalo, Francisco Fidelis estará abrilhantando a noite com seu violão e bandolim.

A entrada individual é gratuita. Para preservar o conforto, teremos reservas antecipadas de mesas com até quatro pessoas por 16 reais pelo 8872-1705 e reservas@lumeeiro.org. Quem deixar para adquirir no dia pagará 20 reais. As mesas são limitadas e lembramos que geralmente elas se esgotam muito rápido. (No Bukowski Blues foram apenas dois dias).

Sim, como houve muitas falhas no funcionamento do Bar no último evento, desta vez o sistema será totalmente modificado para atender um número grande pessoas (como esperamos que apareça). O cardápio (que em breve divulgaremos) será modificado e não deverá haver serviço nas mesas e sim no balcão com pagamento por fichas. Esperamos que assim as coisas aconteçam com a qualidade e a agilidade que todos merecemos.

Voltando à poesia, quem estará presente é Sylvia Plath, com Espelho (ver abaixo).

Tudo indica que será uma noite bem agradável.

Sejam bem-vindos

Ricardo Cabús


Sylvia Plath
Espelho
Tradução: Ricardo Cabús

Sou prateado e exato. Não tenho preconceitos.
Tudo o que vejo engulo imediatamente
Do jeito que é, desnevoado de amor ou aversão.
Não sou cruel, apenas sincero –
O olho de um pequeno deus, com quatro cantos.
Na maior parte do tempo contemplo a parede em frente.
É cor-de-rosa, com pequenas manchas. Já olhei tanto para ela
Que creio seja uma parte do meu coração. Mas ela vacila.
Faces e escuridão nos separam mais e mais.

Agora sou um lago. Uma mulher curva-se sobre mim,
Examinando em minha extensão o que ela realmente é.
Então ela se vira em direção àquelas mentirosas, as velas ou a lua.
Vejo suas costas e as reflito fielmente.
Ela me recompensa com lágrimas e um aceno de mãos.
Sou importante para ela. Ela vai e vem.
A cada manhã é a sua face que substitui a escuridão.
Em mim ela afogou uma menina e em mim uma anciã
Ergue-se em sua direção dia após dia, como um peixe terrível.


SERVIÇO:

SERVIÇO

Papel no Varal

Tema: Eclético

Dia: 25/1/2011, terça-feira

Horário: 20h

Local: BomBar (Jatiúca - Maceió - AL)

Entrada gratuita

Mesa para quatro pessoas: 20 reais (antecipada: 16 reais)

Participação Musical: Francisco Fidelis

Reserva de mesas e Informações: 8872.1705 / reservas@lumeeiro.org /

Coordenação: Ricardo Cabús

Produção Executiva: Rita Moura

Produção Artística: Taísa Cabús

Promoção: Instituto Lumeeiro

Apoios já confirmados: Instituto Zumbi dos Palmares - Rádio Educativa FM, Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC - Maceió), Fika Frio.


Sobre o Papel no Varal:

http://cacosinconexos.blogspot.com (marcador: Papel no Varal)

http://www.youtube.com/user/lumeeiro

http://www.lumeeiro.org


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Bukowski, blues e cerveja… beba cerveja!


Um texto muito bem escrito e de extrema generosidade, sobre o Bukowski Blues, no BomBar. Acompanham belas fotos.




café sem açúcar

(ricardo cabús)


Para Bruna



o amargo

largo ao caminhar sob as estrelas

e dissolvo na saliva

na maresia

no vento


a vida é doce

quando menos se espera


a vida é doce

quanto menos se espera


Para as estrelas me apontarem o caminho


Estava no aniversário de Zé Ivo, quando Atiba me propôs fazermos um evento juntos. É jazz? Perguntei. – Não, é blues, ele disse. Não tive dúvidas no título: Bukowski Blues. Em poucos dias estava tudo resolvido, seria no BomBar numa terça-feira (11/1/11), às 21 horas. Fiquei noites e noites lendo, selecionando e traduzindo poemas, já que tinha apenas seis ou sete do Bukowski. Consegui chegar aos 25 poemas que se somariam aos 12 blues selecionados por Atiba. Na segunda-feira, todas as 45 mesas estavam reservadas, e ainda sairia uma bela matéria no Bom Dia Alagoas no dia do show. Desconfiei que a casa estaria cheia. Dito e feito, show com gente em pé por todo lado, encostando-se aos muros, árvores e carros das redondezas. Disseram que havia mais de 300 pessoas. Desconfiei que o Bar não fosse dar conta. Dito e feito, o que aumentou o clima bukowskiano da noite. A plateia era eclética, a maioria de jovens que se mesclavam à geração que lera Bukowski quando tinha a idade deles. O show atrasou devido a problema com um dos instrumentos na passagem de som. Depois de abrir minha garrafa de cachaça, começamos o Bukowski Blues algo depois das nove e meia. Iago leu um texto de apresentação do show, que se iniciou com Atiba Taylor e Ricardo Lopes levantando a plateia com um belo blues que não lembro o nome agora. Em seguida, eu disse ‘A genialidade da multidão’. Músicas e poemas se cruzarão de forma harmônica. Got a feeling, Down home blues, Georgia, Summertime, dentre outros blues, alternaram-se com poemas como role os dados, o amor é um cão do inferno, confissão, como ser um grande escritor e azulão. A música estava perfeita. Atiba, em noite inspirada, cantou, tocou sax, piano, agitou a plateia. Ricardo Lopes fez o que quis com a guitarra e o violão. Havia química entre os dois e o público. Em certo momento, o músico norueguês, Rolf-Eric Nistrom, que estava de passagem por Maceió, se juntou à Atiba e Lopes e deu uma canja mais que especial. Enquanto dava vazão à minha exclusiva garrafa de cachaça, em homenagem ao velho Buck, os poemas eram ditos. Creio que alguns saíram legais. Um detalhe, depois de lidos, eu sempre jogava os poemas ao chão. Entre um gole e outro noto um apanhador de poemas, que corria para pegá-los, cada vez que uma folha procurava o melhor trajeto para encontrar o solo. Era Luiz, que provavelmente também estava alcoolicamente sintonizado com o clima bukowskiano da noite. Percebi que Janaína e Magella sorriam. Houve um momento que apareceu um carro da polícia. Era um show, mas como eu estava dirigindo bêbado, pensei logo que era comigo. Mas não, os caras ficaram ouvindo a bela música e alguns poemas até que saíram quando li um verso que falava da estreiteza de uma parte muito interessante (pelo menos para mim) da anatomia feminina. E como em quase todos os meus eventos, choveu. Mas o álcool fez-me não perceber a chuva, nem o relógio. O que era para ser uma hora e meia de apresentação tornou-se três. Fiquei impressionado quando percebi que passava da meia-noite e as mesas estavam praticamente todas ocupadas. Fechamos o show com azulão (bluebird) “em meu coração existe um pássaro um azulão que quer sair mas eu não permito, ...”. Ainda tive consciência para autografar – com um garrancho ilegível, mas cheio de felicidade – alguns exemplares de ‘Cacos Inconexos’. Ouvi alguns comentários legais das pessoas e dei uma entrevista para um blog. Espero que não tenha falado muita bobagem, pois não consigo lembrar o que disse e nem mesmo o endereço para ler a entrevista. Em seguida, escolho uma mesa afastada, sento acompanhado de minha garrafa e tomo meu último gole, enquanto o céu de Maceió abre suas pernas para as estrelas me apontarem o caminho. (ricardo cabús)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Bukowski - Azulão / bluebird

Animação baseada no poema Azulão (bluebird), do Bukowski.


Charles Bukowski

azulão

Tradução: Ricardo Cabús

em meu coração existe um pássaro um azulão que

quer sair

mas eu não permito,

eu digo, fique aí, eu não vou deixar

ninguém ver

você.

em meu coração existe um pássaro um azulão que

quer sair

mas eu dou uísque para ele e jogo

fumaça de cigarro

e as putas e as garçonetes

e as atendentes

nunca sabem que

ele está aqui dentro.

em meu coração existe um pássaro um azulão que

quer sair

mas eu não permito,

eu digo,

fique quieto, você quer

me ferrar?

você quer fuder meu trabalho?

você quer estragar a venda de meus livros na

Europa?

em meu coração existe um pássaro um azulão que

quer sair

mas eu sou sabido, eu só deixo ele sair

de vez em quando à noite

quando todo mundo está dormindo.

eu digo, eu sei que você está aí,

não fique

triste.

então eu coloco ele de volta,

mas ele ainda está cantando um pouco

aqui dentro, eu não deixei ele

morrer totalmente

e nós dormimos juntos desse

jeito

com nosso

pacto secreto

e isto é tão legal que

faz um homem

chorar, mas eu não

choro, e

você?

Charles Bukowski

bluebird

there's a bluebird in my heart that

wants to get out

but I'm too tough for him,

I say, stay in there, I'm not going

to let anybody see

you.

there's a bluebird in my heart that

wants to get out

but I pur whiskey on him and inhale

cigarette smoke

and the whores and the bartenders

and the grocery clerks

never know that

he's

in there.

there's a bluebird in my heart that

wants to get out

but I'm too tough for him,

I say,

stay down, do you want to mess

me up?

you want to screw up the

works?

you want to blow my book sales in

Europe?

there's a bluebird in my heart that

wants to get out

but I'm too clever, I only let him out

at night sometimes

when everybody's asleep.

I say, I know that you're there,

so don't be

sad.

then I put him back,

but he's singing a little

in there, I haven't quite let him

die

and we sleep together like

that

with our

secret pact

and it's nice enough to

make a man

weep, but I don't

weep, do

you?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Bukowski Blues: Esclarecimentos sobre o evento

Alguns esclarecimentos sobre o evento Bukowski Blues, promovido pelo Instituto Lumeeiro, que ocorrerá hoje, 11/1/11 às 21h, no BomBar, Jatiúca, Maceió-AL:

1) Não é um Papel no Varal. Será uma leitura de poemas de Bukowski por Ricardo Cabus (Maceió), regada com uma seleção de clássicos do blues interpretados por Atiba Taylor(EUA) e Ricardo Lopes(Maceió).

2) A noite terá participação especial do músico Rolf-Eric Nistrom (Noruega).

3) Todas as mesas já foram reservadas. Estamos aceitando apenas inclusão na lista de espera, que servirá caso haja desistências. Por outro lado, não será proibida a presença de pessoas em pé nos arredores do bar, desde que não atrapalhem a visão daquelas que estão sentadas nas mesas. O couvert será opcional para quem não tiver mesa.

4) Na seleção de poemas serão encontrados, dentre outros, "a genialidade da multidão (the genious of the crowd), alguém (somebody), azulão (bluebird), role os dados (roll the dice), o amor é um cão do inferno (love is a dog from hell), deixe isto envolver você (let it enfold you). Todos traduzidos por Ricardo Cabús.

5) Na seleção de blues serão encontrados, dentre outros: Sweet Home Chicago, Baby Please Don't Go, Summertime,Take Me to the River, I Got A Feeling and Down Home Blues.

4) o evento é indicado para maiores de 14 anos.

5) Durante o evento, estará à venda o livro Cacos Inconexos,de Ricardo Cabús, que poderá autografá-lo ao final da apresentação.

Qualquer dúvida não hesite em nos contatar pelo fone 82-8872-1705.

Que tenhamos uma noite agradável.

Atenciosamente,

Instituto Lumeeiro


Serviço

Evento: Bukowski Blues
Com: Ricardo Cabus (Maceió; voz), Atiba Taylor (EUA; voz, sax, piano) e Ricardo Lopes (Maceió; guitarra, violão)
Participação Especial: Rolf-Eric Nistrom (Noruega, sax)
Quando: terça-feira, 11/1/2011, 21h.
Onde: BomBar - Jatiúca - Maceió - AL
Mesas (4 lugares): R$ 16,00
Vagas limitadas
Indicação: 14 anos
Informações e reserva de mesas: 8872.1705 / reservas@lumeeiro.org
Promoção: Instituto Lumeeiro
Apoio Cultural: Rádio Educativa FM, Instituto Zumbi dos Palmares.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A genialidade da multidão - Charles Bukowski


Charles Bukowski

A genialidade da multidão

Tradução: Ricardo Cabús

há bastante traição, ódio, violência, absurdo no ser humano

comum para suprir qualquer exército em qualquer dia

e os melhores assassinos são os que pregam contra isto

e os melhores em ódio são os que pregam amor

e os melhores em guerra finalmente são os que pregam a paz

aqueles que pregam deus, precisam de deus

aqueles que pregam a paz, não têm paz

aqueles que pregam a paz, não tem amor

cuidado com os pregadores

cuidado com os entendidos

cuidado com aqueles que estão sempre lendo livros

cuidado com aqueles que detestam pobreza

ou têm orgulho dela

cuidado com aqueles que são rápidos no elogio

porque precisam de elogios de volta

cuidado com aqueles que são rápidos na censura

eles estão preocupados com o que não sabem

cuidado com aqueles que vivem buscando multidões porque

não são nada sozinhos

cuidado com o homem comum a mulher comum

cuidado com o amor deles, o amor deles é comum

busca o comum

mas há genialidade no ódio deles

há bastante genialidade no ódio deles para matar você

para matar qualquer um

não querendo a solidão

não entendendo a solidão

eles tentarão destruir tudo

que for diferente deles próprios

não sendo capaz de criar arte

eles não entenderão de arte

eles considerarão suas falhas como inventores

apenas como uma falha do mundo

não sendo capaz de amar completamente

eles acreditarão na incompletude do amor

e então eles odiarão você

e esse ódio será perfeito

como um diamante brilhante

como uma faca

como uma montanha

como um tigre

como cicuta

a mais fina arte.

Charles Bukowski

The Genius Of The Crowd

there is enough treachery, hatred violence absurdity in the average

human being to supply any given army on any given day

and the best at murder are those who preach against it

and the best at hate are those who preach love

and the best at war finally are those who preach peace

those who preach god, need god

those who preach peace do not have peace

those who preach peace do not have love

beware the preachers

beware the knowers

beware those who are always reading books

beware those who either detest poverty

or are proud of it

beware those quick to praise

for they need praise in return

beware those who are quick to censor

they are afraid of what they do not know

beware those who seek constant crowds for

they are nothing alone

beware the average man the average woman

beware their love, their love is average

seeks average

but there is genius in their hatred

there is enough genius in their hatred to kill you

to kill anybody

not wanting solitude

not understanding solitude

they will attempt to destroy anything

that differs from their own

not being able to create art

they will not understand art

they will consider their failure as creators

only as a failure of the world

not being able to love fully

they will believe your love incomplete

and then they will hate you

and their hatred will be perfect

like a shining diamond

like a knife

like a mountain

like a tiger

like hemlock

their finest art

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Bukowski Blues - Como chegar no BomBar

Quem vier pela praia pode pegar a Av. Jatiúca e entrar à direita na esquina do Posto Tigrão. O BomBar fica na esquina seguinte, à direita (antes da Amélia Rosa).


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A poesia de Charles Bukowski invade o verão de Maceió


Bukowski Blues. Na próxima terça, 11/1/11, às 21h, no BomBar (Jatiúca), o Instituto Lumeeiro apresenta uma noite de poesia e música. Ricardo Cabús traz a poesia de Charles Bukowski -- o melhor poeta dos Estados Unidos, segundo Jean Paul Sartre -- banhada no blues de Atiba Taylor e Ricardo Lopes.



Serviço

Evento: Bukowski Blues
Quando: terça-feira, 11/1/2011, 21h.
Onde: BomBar - Jatiúca - Maceió - AL. (Ver Mapa Abaixo)

Mesas (4 lugares): antecipada: R$ 12,00
No dia: R$ 16,00
Vagas limitadas
Indicação : 14 anos
Informações e reserva de mesas: 8872.1705 / reservas@lumeeiro.org

Promoção: Instituto Lumeeiro
Apoio Cultural: Rádio Educativa FM, Instituto Zumbi dos Palmares.




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