sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Última tradução de 2010

Charles Bukowski

o amor é um cão do inferno

Tradução: Ricardo Cabús

pés de queijo

alma de cafeteira

mãos que odeiam tacos de sinuca

olhos como clipes de papel

eu prefiro vinho tinto

eu fico entediado em aviões de carreira

eu sou dócil durante terremotos

eu sou sonolento em funerais

eu vomito em desfiles

e vou ao sacrifício no xadrez

e nas bucetas e nos afetos

eu cheiro urina nas igrejas

eu não consigo mais ler

eu não consigo mais dormir


olhos como clipes de papel

meus olhos verdes

eu prefiro vinho branco


minhas camisinhas estão ficando

vencidas

eu tiro todas do envelope

Jontex

lubrificadas

para maior sensibilidade

eu tiro todas do envelope

e coloco três delas


as paredes do meu quarto são azuis


Linda para onde você foi?

Catarina para onde você foi?

(e Nina foi para a Inglaterra)


eu tenho cortadores de unha

e limpa-vidros Vidrex

olhos verdes

quarto azul

metralhadora solar brilhante


tudo isto é como uma foca

presa em rochas oleosas

e arrodeada pela Banda Marcial de Long Beach

às 3h36 da tarde


há um tique-taque atrás de mim

mas nenhum relógio

eu sinto alguma coisa rastejando

no lado esquerdo de meu nariz:

memórias de aviões de carreira

minha mãe tinha dentes postiços

meu pai tinha dentes postiços

e todo sábado de suas vidas

eles tiravam todos os tapetes da casa

enceravam o assoalho

e cobriam de novo com os tapetes


e Nina está na Inglaterra

e Irene está no asilo

e eu pego meus olhos verdes

e deito em meu quarto azul.

love is a dog from hell

feet of cheese

coffeepot soul

hands that hate poolsticks

eyes like paperclips

I prefer red wine

I am bored on airliners

I am docile during earthquakes

I am sleepy at funerals

I puke at parades

and am sacrificial at chess

and cunt and caring

I smell urine in churches

I can no longer read

I can no longer sleep


eyes like paperclips

my green eyes

I prefer white wine


my box of rubbers is getting

stale

I take them out

Trojan-Enz

lubricated

for greater sensitivity

I take them out

and put three of them on


the walls of my bedroom are blue


Linda where did you go?

Katherine where did you go?

(and Nina went to England)


I have toenail clippers

and Windex glass cleaner

green eyes

blue bedroom

bright machinegun sun


this whole thing is like a seal

caught on oily rocks

and circled by the Long Beach Marching Band

at 3:36 p.m.


there is a ticking behind me

but no clock

I feel something crawling along

the left side of my nose:

memories of airliners


my mother had false teeth

my father had false teeth

and every Saturday of their lives

they took up all the rugs in their house

waxed the hardwood floors

and covered them with rugs again


and Nina is in England

and Irene is on ATD

and I take my green eyes

and lay down in my blue bedroom.

Curto balanço 2010 e Prognóstico 2011 do Projeto Papel no Varal

Amigas e Amigos do Projeto Papel no Varal e do Instituto Lumeeiro,

O ano termina com muitas realizações e uma perda irreparável.

Foram dezenas de instalações e saraus poéticos nos quatro cantos da nossa cidade, tendo como ápice a intervenção urbana de 29 de abril, quando as ruas, praças, escolas, prédios públicos de Maceió amanheceram perfumados com 28 mil poemas pendurados em varais de sisal.

O Instituto Lumeeiro lançou em setembro, numa noite muito feliz, o livro 'Cacos Inconexos'.

Tayra se foi deixando sementes que - após muita tristeza - desabrocharão com poesia no novo ano que chega.

Logo em 11 de janeiro, experimentaremos um novo formato de evento, com poesia e blues. Será uma noite de Charles Bukowski com atuação de Ricardo Cabús e dos músicos Atiba Taylor no sax, voz e teclado (não ao mesmo tempo) e Ricardo Lopes na guitarra.

O Papel no Varal volta 25 de janeiro no BomBar (Jatiúca).

Em 23 de fevereiro teremos a 2a. edição do Sarau Erótico, no Museu Theo Brandão, dentro da programação pré-carnavalesca da nossa cidade.

Em março, Fernanda Guimarães fará sua primeira participação musical no nosso evento.

Abril teremos a 2a. grande Intervenção Urbana do Papel no Varal e em maio a Maratona Poética.

Em breve informaremos a data do Papel no Varal no Buraco da Catita em Natal (RN).

E pra fechar 2010 com poesia, abaixo o poema Espaço e Tempo (que foi musicado por Fernando Marcelo e em breve colocaremos disponível o arquivo mp3).

Que tenhamos todos um ano novo repleto de poesia.

Ricardo Cabús e Equipe Papel no Varal

..........................................

Espaço e Tempo

(Ricardo Cabús)

Vejo o novo ano

Como um espaço vazio

A ser preenchido por nós

É como uma tela em branco

Para colocarmos tinta

Formando imagens de sonhos

A serem vividos

Ou revividos

Um novo chão

Para marcarmos com nossas pegadas

Trajetos em busca do desejo

Adormecido

Ou não

É um espaço onde o tempo é

Cada vez menor

Mas onde desejos e sonhos

Por atemporais

Cabem plenos


terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sobre Tayra Macedo


Pessoal,

Toda a equipe do Projeto Papel no Varal tem se sentido profundamente tocada pelas mensagens de apoio recebidas após o falecimento de nossa querida companheira Tayra Macedo. Como uma singela homenagem e em resposta a algumas perguntas recebidas, destacamos os endereços abaixo.

Gazetaweb: matéria de Gabriela Moreira sobre o falecimento

Intervenção urbana do Papel no Varal (abril 2010):
Bom Dia Brasil: (matéria de Tiago Correia)
You tube: (Vídeo de Vicente Moliterno e Alice Jardim)


Orkut de Tayra (dois perfis):


Missa em homenagem à Tayra:
Dia 16/11//2010, 19h30
Igreja de São Pedro - Ponta Verde - Maceió.


Equipe Papel no Varal

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Agradecimento e convite para missa de Tayra

Pessoal,

Ainda não temos condições de expressar em palavras o sentimento de gratidão por todos que nos acompanharam neste momento de muita dor pelo falecimento de nossa Tayra. Agradecemos de coração regado as infindas mensagens em todas as mídias e pedimos desculpas por não podermos respondê-las uma a uma como gostaríamos.

Convidamos, aos que desejarem, a participar da missa em homenagem a Tayra que ocorrerá na próxima terça-feira, dia 16 de novembro de 2010, às 19h30, na Igreja de São Pedro, Ponta Verde, Maceió-AL.

A força, a luz e a beleza de Tayra adejam em nossos céus.

Cristina e Ricardo

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Nota de Falecimento

Pessoal,

É com uma tristeza profunda que comunico o falecimento de nossa querida Tayra, hoje, 9/11/2010, no final da tarde. O corpo está sendo velado no Cemitério Parque das Flores, em Maceió, onde ocorrerá o sepultamento às 13h do dia 10/11/2010, quarta-feira.

Tayra, aos 24 anos, nos deixa um legado de amor e dedicação à cultura, justiça, liberdade e solidariedade. Como produtora do Papel no Varal Tayra participou ativamente da criação e execução, dentre outras, da nossa intervenção urbana, de abril deste ano, quando Maceió acordou perfumada por 28 mil folhas com poemas penduradas em milhares de varais pelos quatro cantos da nossa cidade.

Deixo abaixo o poema de Lêdo Ivo, A passagem, um dos seus preferidos:

Lêdo Ivo

A passagem

Que me deixem passar - eis o que peço

diante da porta ou diante do caminho.

E que ninguém me siga na passagem.

Não tenho companheiros de viagem

nem quero que ninguém fique ao meu lado.

Para passar, exijo estar sozinho,

somente de mim mesmo acompanhado.

Mas caso me proíbam de passar

por ser eu diferente ou indesejado

mesmo assim eu passarei.

Inventarei a porta e o caminho

e passarei sozinho.

domingo, 17 de outubro de 2010

Uma arte de Elisabeth Bishop

Elizabeth Bishop

Uma arte

Tradução: Ricardo Cabús

(In: CABUS, Ricardo, Cacos Inconexos. Maceió: Instituto Lumeeiro, 2010)


A arte de perder não é difícil de dominar;

tantas coisas parecem cheias do intento

de ser perdida que sua perda não é um desastre.

Perca alguma coisa todo dia. Aceite a perturbação

de perder as chaves da porta, a hora gasta inadequadamente.

A arte de perder não é difícil de dominar.

Então pratique perder mais, perder mais rápido:

lugares e nomes e para onde você queria

viajar. Nada disso será um desastre.

Perdi o relógio de minha mãe. E veja! Minha última, ou

quase-última, de três casas queridas se foram.

A arte de perder não é difícil de dominar.

Perdi duas amáveis cidades. E, mais vasto,

alguns reinos que possuía, dois rios, um continente.

Eu sinto falta deles, mas não foi um desastre.

Mesmo perdendo você (a voz brincalhona, um gesto

que amo) eu não deveria ter mentido. É claro que

a arte de perder não é tão difícil de dominar

embora possa parecer como (escreva isto!) como um desastre.

One Art

The art of losing isn't hard to master;

so many things seem filled with the intent

to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster

of lost door keys, the hour badly spent.

The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:

places, and names, and where it was you meant

to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or

next-to-last, of three loved houses went.

The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,

some realms I owned, two rivers, a continent.

I miss them, but it wasn't a disaster.

Even losing you (the joking voice, a gesture

I love) I shan't have lied. It's evident

the art of losing's not too hard to master

though it may look like (Write it!) like disaster.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Papel no Varal no Bar do Chopp


Visualizar Papel no Varal no Bar do Chopp em um mapa maior

Papel no Varal promove um final de tarde poético no centro de Maceió

Neste mês de outubro, o Instituto Lumeeiro promove um evento temático do Papel no Varal no Bar do Chopp, em parceria com a SEMPMA (Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente). Trata-se do sarau ecológico, que contará com a seleção de 100 poemas relacionados à temática do meio ambiente. As poesias serão penduradas no varal e declamadas por convidados e pelo público presente. O evento será enriquecido com a apresentação musical de Robson Amorim, a exposição “O mundo aos seus pés” do artista Alex Barbosa e a montagem de varais de poesia em torno do Bar do Chopp, propiciando ao publico transeunte a apreciação dos poemas, bem como interagir com o evento.

“Retiro semelhanças de árvores comigo.

Não tenho habilidade pra clarezas.

Preciso de obter sabedoria vegetal.”

Os versos de Manuel de Barros compõem um dos poemas que vão estar dispostos nos varais de poesias. O poeta será homenageado nesta edição do projeto por utilizar

em muitas de suas poesias referentes ligados ao meio ambiente e o homem.

No intervalo do sarau, o musico Robson Amorim promete animar o público com um repertório cheio de samba e poesia, o que não pode deixar de acontecer no tradicional Bar do Chopp.

Assomando-se aos poemas, Alex Barbosa mostrará “O mundo aos seus pés”, uma exposição de 13 colagens ligadas ao tema do evento.

Para Ricardo Cabús, idealizador do projeto, levar o Papel no Varal ao Bar do Chopp no Centro da Cidade é uma busca do encontro de um movimento da poesia de hoje com um espaço da boêmia do passado.

SEMPMA – a parceria da Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (SEMPMA) com o Papel no Varal tem o objetivo de sensibilizar e mobilizar as pessoas a aderir à preservação ambiental de forma ecoeducativa, cultural e de lazer.

PAPEL NO VARAL – O formato do Projeto Papel no Varal iniciou em março de 2009, em Maceió, a partir do lançamento do Programa Minuto de Poesia (no ar na Rádio Educativa FM, 107.7MHz, em Maceió-AL), criado por Ricardo Cabús, idealizador do projeto. Desde 29 de abril de 2009 (data do primeiro sarau) já foram realizados dezenas de eventos em diversos bares, livrarias e espaços culturais de Maceió. No formato, os presentes podem ler no palco qualquer poema do varal (exclusivamente) desde que não seja o autor.

SERVIÇO

Papel no Varal

Tema: Meio ambiente

Dia: 15/10/2010, sexta-feira

Horário: 17h

Local: Bar do Chopp (Centro de Maceió)

Entrada gratuita

Participação Musical: Robson Amorim

Exposição: “O mundo aos seus pés” de Alex Barbosa

Curadoria da Exposição: Cristina de Macedo

Reserva de mesas e Informações: 8872.1705 / papelnovaral@lumeeiro.org /

Sobre o Papel no Varal: http://cacosinconexos.blogspot.com

Coordenação: Ricardo Cabús

Produção: Tayra Macedo

Promoção: Instituto Lumeeiro

Apoio: Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Associação Aliança Comercial de Maceió, Fundação Municipal de Ação Cultural de Maceió, Instituto Zumbi dos Palmares / Rádio Educativa FM, Sorvetes Fika Frio.


domingo, 26 de setembro de 2010

Capa do livro Cacos Inconexos

Um jovem e antigo Ricardo


Vera Romariz


Lendo os sensíveis poemas deste livro de Ricardo Cabús, e os que traduziu, me vem à mente a noção de que os poetas deslizam,impunes,entre uma tradição e o desejo, expresso em palavras,de superá-la.

Suas traduções passeiam por materiais líricos diversos, de onde emerge o belo verso que, a meu ver, traduz a modulação lírica dos poemas de Ricardo; é de Violeta Parra, autora inspirada, que diz: “Voltar aos dezessete depois de viver um século”. É a impressão que nos passa esse percurso poético amplo e multifocal.

Poeta lírico por excelência, imprime aos seres e coisas que poetisa um recorte dúbio, de intimidade e afastamento, de positividade romântica e negatividade moderna. Assim ocorreu com a representação do eixo masculino/feminino (não sei o quanto de mim sou mulher), da representação do cotidiano (agora que comeste/teu quilo de sal), da crise temático-expressiva (Por que devo gostar do rouxinol?). A poesia de Ricardo Cabús parece reiterar, no âmago da experiência verbal, o difícil encontro da face romântica na liberação da modernidade poética.

Quando o autor afirma, pela voz do eu lírico, que quer “o caos /batendo em minha porta”, ou “da brandura do seu corpo/fagulham imagens que me absorvem”; ou quando, ainda, atua como um poeta da natureza, passando pela série musical, quando produz poemas para serem musicados, ocorre um híbrido jeito de dizer que agrada, sensibiliza, encanta.

E vemos um jovem e antigo Ricardo: da Inglaterra, da Maceió que representa, dos amores que canta, sempre imbuído de uma grande perplexidade moderna de não saber a razão das coisas que apenas aprendemos a amar e a cantar, intestina e sensivelmente.

Vera Romariz (poeta e crítica-literária)

Sobre Cacos Inconexos, de Ricardo Cabús - Izabel Brandão



Izabel Brandão (1)

De Ricardo Cabús pode-se esperar tudo, especialmente atrevimento. Seu livro Cacos Inconexos é assim mesmo: atrevido.

Os poemas se derramam sobre nossos ouvidos como quem procura colo, algumas vezes; em outras, a busca é do revelar-se como uma peça frágil da engenharia humana e divina. E mais, o atrevimento também vem sob a forma de uma defesa inconfessável: do gostar de ser homem e de ser heterossexual, ainda que, nessa revelação, pareça enxergar nas mulheres apenas o seu órgão sexual, mas é aí que se deixa revelar caseiro, sexual e domesticamente envolvido pela mulher cobiçada (ou desejada).

O poema em questão, “Dialógica”, integra a segunda parte do livro (“Um caco que corta”), cuja temática é a sexualidade. Das outras partes do livro, pode-se falar em poemas que eu definiria como “poemas necessários” (“Ausência”, “Cinzado”, “Puída”), retomando um velho conhecido nosso de Sheffield, o poeta e crítico Terry Gifford. Esses poemas, alguns bem curtos (aliás, são, a meu ver, os melhores), falam de tudo, da solidão do ser, de alegrias e de ressonâncias que podem ser identificadas com a poesia de Antônio Cícero (“Asas já não tenho”), entre outros poetas.

Os atrevimentos ricardianos também caminham por experimentações com a linguagem e alguns poemas ecoam uma forma conhecida como amuleto, em que a última palavra de um verso começa o verso seguinte (“Um lugar ambíguo da memória”, por exemplo). Os poemas de “Um caco que toca” (quarta parte) trazem ressonâncias musicais, letras compartilhadas musicalmente com outros artistas, com especial atenção para “Sambista fingidor”, um delicioso poema que nos remete a Fernando Pessoa e que tem muito ritmo e poesia e que pede o som que o acompanha.

Talvez o maior atrevimento de Ricardo Cabús em seu livro se dê nos poemas traduzidos (“Um caco catado de outros”, sexta e última parte). É preciso ter, acima de tudo, coragem para traduzir poetas como John Donne, ainda que por um fragmento, ou um Charles Bukovski, ou ainda uma Emily Dickinson ou Elizabeth Bishop e Octavio Paz, entre os tantos outros escolhidos. Uma tradução necessariamente trata de linguagens poéticas diferentes – as línguas têm sons, ritmos, velocidades diferentes. Assim, o que “li” nos poemas traduzidos foi como eles chegaram aos meus ouvidos e como não houve arranhões, apreciei. Óbvio que nenhum leitor/leitora gosta de tudo, mas, nesse caso, prefiro falar do que gostei, como por exemplo, da saudade que senti de Sheffield, pelas fotos da cidade que ilustram os poemas em prosa (ou a prosa-poema) de “Um caco no caminho” (quinta parte) sobre um lugar que me (nos) é muito especial.

Cacos inconexos é um livro que merece ser lido com gosto. O Ricardo poeta, aprendiz de feiticeiro, de Estações partidas, lá dos anos noventa, virou mago e agora ensina feitiços poéticos. Parabéns pelo livro.

(1) Izabel Brandão é professora de Literatura da UFAL e pesquisadora do CNPq.


Cabús no Campus Poético



Marcos de Farias Costa

O engenheiro, professor e poeta Ricardo Cabús eclodiu de forma abrupta na história recente da cultura alagoana e não importa se concordamos ou discordamos de suas convicções: temos que reconhecer que ele conseguiu abalar a vegetativa atividade intelectual alagoana dos últimos 30 anos, subvertendo o marasmo do estaticismo e esteticismo caetés, pondo lenha na fogueira, até a tampa da chaleira voar.

Reunir quase quinhentas pessoas num encontro de poesia erótico-carnavalesca, como ocorreu no tradicional e apático Museu Théo Brandão foi o seu gol de letra: somente em festivais de música se consegue a proeza de se aglutinar tanta gente, num clima etílico de arte e poesia, o que lhe confere o título de líder em noturnas e públicas pelejas literárias. E detonou uma discussão mais ampla e complexa de encontros coletivos poéticos do que os velhos festivais artísticos de Marechal Deodoro, por exemplo, que esgotaram suas potencialidades e não lograram deslanchar o movimento nem influenciaram as gerações subseqüentes. O Papel no Varal ganhou um ritmo e vem se expandindo em tal velocidade que o próprio Ricardo Cabús jamais imaginaria estes resultados nem em seus melhores momentos de otimista radicalidade. Tem que se beliscar ou esfregar os olhos para ver se está realmente acordado. Mas os frutos virão.

Agora em seu segundo livro de poemas Cacos inconexos, Ricardo Cabús ressurge com mais maturidade, domínio de texto, abrangência de temas e percepção poética, dando de quebra um banho como tradutor, vertendo e convertendo ao nosso idioma autores do nível de D.H.Lawrence, T.S. Eliot, e.e.cummings, Emily Dickinson, John Donne (“No man is an island”), Lord Byron (“Eden revives in the first kiss of love”), Sylvia Plath, Octavio Paz, Neruda, Auden, Violeta Parra, Yeats, Walt Whitman, William Blake, und so weiter... É pra se arrombar!

Gostar ou não gostar não é mais a questão shakespereana, o importante é que Ricardo Cabús abriu uma janela no horizonte cultural alagoano, apontando novos rumos, constituindo uma curiosa unanimidade social de poesia, e sendo apenas uma pessoa com uma idéia na cabeça, já fez mais pela divulgação da poesia lírica de nossos autores do que todas as secretarias de cultura do Estado de Alagoas enfiadas no mesmo saco, desde que eu me entendo por gente. Para mim valeu mais que as vociferações antifascistas da moribunda esquerda festiva, os discursos abestalhados sobre o rigor da poesia (rigor mortis?) ou as eternas e babacas ilações sobre o sexo dos anjos.

A poesia parou de necrosar em Maceió.

Maceió, Jaraguá, Rua do Uruguai

(Foto do autor: Ricardo Ledo - Gazeta de Alagoas )

Cacos poéticos - por Romeu de Loureiro


Cacos poéticos
Doutor em Arquitetura, pela Universidade de Sheffield (Inglaterra) e professor da Ufal que se consagrou como agitador cultural, através do seu vitorioso “Projeto Papel no Varal”, o poeta por vocação Ricardo Cabús remeteu-nos um exemplar de sua terceira coletânea de poemas: Cacos Inconexos, que reúne poesias próprias (algumas delas já musicadas) – cujo lirismo não se furta a sutilezas e duplos sentidos, chegando, por vezes, até a mais total crueza – ao lado de inspiradas traduções de poetas de línguas inglesa e espanhola. Nas orelhas, apreciações elogiosas, assinadas por poetas consagrados – a começar de Lêdo Ivo (único alagoano que é membro da Academia Brasileira de Letras) e Arriete Vilela (“imortal” da Academia Alagoana de Letras). Uma obra cuja leitura prazerosa exige um tempo de fruição, de deleite – como, aliás, adverte o próprio Cabús, no poema Declamar. (Romeu de Loureiro, Gazeta de Alagoas, 22.09.2010).

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Arriete Vilela fala da poesia de Ricardo Cabús em Cacos Inconexos



A poesia de Ricardo Cabús, em “Um caco de mim”, é inteligente, inquietante e ardilosa; tem-se a impressão de que se preparam, a cada verso, armadilhas polissêmicas, tantas são as ambiguidades de sentido, ou melhor, as significações simbólicas. E então é inevitável lembrar Clarice Lispector: “O que te falo nunca é o que eu te falo e sim outra coisa. Capta essa coisa que me foge e no entanto vivo dela”.

Seus “cacos” não se submetem à literalidade, e as entrelinhas, por isso, pedem uma leitura atenta e sensível, pois são as sutilezas que marcam esse discurso poético, esse modo de Ricardo Cabús reinventar o real, subvertê-lo, enriquecê-lo, criando uma literatura conectada à vida, sim, mas de uma forma profunda, delicada, numa busca de completude, com a projeção da alma na memória do coração.

Assim, mais uma vez, ocorre uma outra frase de Clarice Lispector: “Das palavras deste canto, canto que é meu e teu, evola-se um halo que transcende as frases, você sente?”.

Sim, em cada poema de “Um caco de mim” (1ª parte de Cacos Inconexos), Ricardo Cabús vai além de si mesmo, ultrapassa-se e aclara em cada um de nós as possibilidades de uma vida interior significativamente melhor, isto é, mais criativa, mais inquietadora, mais crítica, para além da alma rasa dos “Esteves sem metafísica” pessoanos.

Ponto pra você, Ricardo.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Fiúza comenta Cacos Inconexos



Não bastasse produzir Papel no Varal, um dos mais bem-sucedidos eventos culturais em Alagoas, reunindo centenas de ouvintes-recitantes-boêmios em torno de um gênero tão desprezado; não bastasse ainda o Minuto de Poesia, na Rádio Educativa FM, pausa para grandes obras do mundo inteiro aos ouvidos cansados de tantas canções, Ricardo Cabús, este elétrico engenheiro de luzes, abre-nos agora seu baú de bricabraque, Cacos Inconexos. Feito um monge marinho (“Minha religião é o mar”) e priápico (“Eu quero uma buceta cabeluda/ ou raspada”), Cabús tem a coragem de expor-se em versos de maneira pouco usual, com uma crueza de corar carolas desavisadas (“Minha loucura não cabe em um vaso sanitário”) e almofadinhas mentais (“Eu quero o caos/ batendo em minha porta”). É melhor entregar-se, leitor, e sair revigorado, ainda que escoriado (não é assim o carnaval?), destes Cacos cortantes e contundentes. (Fernando Fiúza)

22/9 - Dia Mundial sem Carro

PROGRAMAÇÃO DE 22/09 - DIA MUNDIAL SEM CARRO EM MACEIÓ


6h às 8h – Bicicletada em frente ao CEAGB
Manifestação pacífica da Bicicletada para expor aos motoristas a ideia do Dia Mundial Sem Carro
Exposição de faixas, cartazes e entrega de panfletos.

7h – No Posto 7 - Passeio matinal de bicicleta pela cidade
Participantes: Prefeito Cícero Almeida, Candidatos ao Governo do Estado, Secretários, Diretores, Assessores, Superintendentes, Funcionários Públicos, Ciclistas de Maceió, Bicicletada de Maceió, Carcará de trilha, Associação Alagoana de Ciclismo, etc. Saída do Posto 7 com concentração a partir das 6h30 e largada às 7h00 com destino a Prefeitura Municipal de Maceió e depois ao Palácio do Governo Estadual.
Organizado pela Associação Alagoana de Ciclismo - AAC

12h30 – Exposiçao do documentário Sociedade do Automóvel – 39 min.
Auditório do Espaço Cultural – Praça Sinimbu, Centro

16h – Oficina na Via Expressa
Uma oficina com ciclistas que circulam pela ciclovia da via expressa onde receberão kit de segurança para ciclistas (refletivos, espelho e campainha), como também informações a respeito das leis de trânsito e demonstração de quanto é bom pedalar para a saúde, para a nossa cidade e para o mundo em que vivemos.
Organizado pela Associação Alagoana de Ciclismo - AAC

17h – Exposiçao do documentário Sociedade do Automóvel – 39 min.
Cesmac - Anexo da Facet, sala 01. Rua Cônego Machado, Farol.

20h – Passeio noturno de bicicleta pela cidade
Saída da Faculdade Maurício de Nassau
Organizado pela Associação Alagoana de Ciclismo - AAC


Além da programação do Dia Mundial Sem Carro, está acontecendo o 1º Encontro Alagoano da Bicicleta, na Faculdade Maurício de Nassau, de 20 a 24/09, a partir das 20h.

http://www.comuniceventos.com.br/index.php/evento/155/1-encontro-alagoano-da-bicicleta

Também está sendo exibido o documentário Sociedade do Automóvel em outros dias e horários:

http://bicicletadademaceio.blogspot.com/2010/09/cinema-de-graca_08.html




quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Papel no Varal no Viva Cultura e na Tenda da Cultura Estudantil da UFAL

Pessoal,

Neste domingo, 22/08/2010, o Papel no Varal fará uma participação das 17h30 às 18h na edição especial do projeto Viva Cultura promovido pela Fundação Municipal de Ação Cultural, na praça Multieventos (praia da Pajuçara). O evento começá às 17h e será palco para 14 apresentações culturais, com Eliezer Setton, Fandango do Pontal da Barra, guerreiros, bumba-meu-boi, coco de roda e Jurandir Bozo. A entrada é gratuita.

Na quarta-feira, 25/08/2010, levaremos nosso varal de poesias para a Tenda da Cultura Estudantil da UFAL. A apresentação será das 18h às 19h30, e contará com a luxuosa participação musical de Marcelo Marques (da Banda Gato Zarolho).

Nos dois eventos teremos um número limitado de mesas que poderão ser reservadas gratuitamente pelo email papelnovaral@gmail.com. As reservas só serão válidas até o início das apresentações (domingo, 17h30 e quarta,18h), sendo a mesa do retardatário passada para o próximo da lista de espera.

Destacamos que estaremos com nossa banca de livros de poesias de autores alagoanos, portanto podem levar alguns trocados para continuar com o prazer da poesia por mais tempo.

E para começarmos logo com esse prazer, abaixo um dos poemas que estarão pendurados no varal.

Sejam bem-vindos,

Ricardo Cabús

Lêdo Ivo

A passagem

Que me deixem passar - eis o que peço

diante da porta ou diante do caminho.

E que ninguém me siga na passagem.

Não tenho companheiros de viagem

nem quero que ninguém fique ao meu lado.

Para passar, exijo estar sozinho,

somente de mim mesmo acompanhado.

Mas caso me proíbam de passar

por ser eu diferente ou indesejado

mesmo assim eu passarei.

Inventarei a porta e o caminho

e passarei sozinho.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

terça-feira, 29 de junho de 2010

Pessoal,

O Cacos Inconexos está de férias (como pode-se notar), em breve voltaremos com novidades.
Abraço
Ricardo Cabús

PS: durante este período pode nos contactar em cacosinconexos@gmail.com

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cine Sesi traz filmes de todo canto

Cris Braun volta ao Parque

Sempma realiza segunda edição do “Acorde para a Natureza”

Música clássica, piquenique e natureza. Essa é a proposta do projeto Acorde para a Natureza, uma iniciativa da Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma), que tem como atração a cantora e compositora Cris Braun e seus convidados. Nesta segunda edição, Braun traz Wilbert Fialho (violão 7 cordas) e Bruno Fialho (cavaco e bandolin). O evento será no próximo domingo (16), das 10h às 13h, no Parque Municipal de Maceió, em Bebedouro.

A idéia de Braun é discotecar música clássica e obras de grandes compositores contemporâneos, sempre com participações especiais. O Acorde para a Natureza está inserido no projeto Arte no Parque, da Sempma, que visa promover a educação ambiental numa atmosfera de arte, natureza e lazer.

A entrada é gratuita, mas não é permitido bebida alcoólica.

PROGRAMAÇÃO :

Das 10h às 11h - discotecagem de Cris Braun : obras de Beethoven.

Das 11h às 12h - pocket show : Wilbert Fialho , Bruno Palagani , com participação de Cris Braun .

Das 12h às 13h - discotecagem de Cris Braun : obras de Bach .

terça-feira, 11 de maio de 2010

Maratona Poética Papel no Varal

Pessoal,

Conforme anunciado durante nossa intervenção urbana de 29 de abril, abriremos o Ano 2 do Projeto Papel no Varal com uma Maratona Poética, que acontecerá no próximo domingo, 16/5, às 17h no Orákulo, Jaraguá, Maceió-AL.

A Maratona terá um formato especial. Desta vez serão três horas de poesias de todo canto intercaladas pela boa música produzida em Alagoas, em canjas de Júnior Almeida, Cris Braun, Mácleim, Leureny, Fernando Marcelo, Gustavo Gomes e Ezra Mattivi.

Em paralelo, haverá a exposição "Memória suspensa" da fotógrafa Alice Jardim, com curadoria de Cristina de Macedo.

A entrada continua gratuita, sendo obrigatória a apresentação do ingresso individual que estará disponível a partir da tarde desta terça-feira nas lojas Ao Pharmaceutico (ver abaixo mapa e endereços). As mesas terão o mesmo valor do sarau erótico, vinte reais, com direito a quatro cadeiras. Destacamos que tanto as mesas quanto os individuais são limitados e lembramos que nos eventos anteriores todas as mesas foram adquiridas com antecedência.

Durante o encontro, os poemas pré-selecionados estarão pendurados no varal de sisal e qualquer pessoa presente poderá ler no palco, desde que não seja o próprio autor.

Quem quiser conhecer mais sobre o nosso Projeto pode dar uma visita nocacosinconexos.blogspot.com e escolher o marcador "papel no varal".

Venha participar do evento que durante os últimos doze meses tem perfumado Maceió com poesia de todo canto, poesia pra todo mundo.

Abraço

Ricardo Cabús

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Mapas:
Orákulo

Ao Phamacêutico

Maceió Loja1
Rua Joaquim Nabuco, 35 - Farol
| ver mapa |
Tel. / Fax: (82) 3303-4200


Maceió Loja3
R. Jangadeiros Alagoanos, 875 - Pajuçara
| ver mapa |
Tel. / Fax: (82) 3304-4200

Maceió Loja4
Av. João Davino,778 - Mangabeiras
Tel./Fax: (82) 3235-1969

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APOIO: Ao Pharmacêutico, Armazém Guimarães, Secretaria Estadual de Cultura, Fundação Municipal de Ação Cultural, Ufal, Cesmac, IZP, Operant, Tantan, Fika Frio, Super Pizza, RN Informática, maceio.com.br.

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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Primeiras notícias da Intervenção urbana Papel no Varal

Pessoal,
O sucesso da Intervenção Urbana do Papel no Varal extrapolou todas as nossas expectativas. Em breve vamos fazer uma resenha mais apurada. Por enquanto, reportagens no Portal do Estadão e no Bom Dia Brasil de 30/4/2010 e comentários recebidos.



segunda-feira, 26 de abril de 2010

Papel no Varal: reunião preparatória para a I Intervenção Urbana

Pessoal,

Nossa equipe - com dezenas de voluntários - trabalhou bastante este fim de semana na preparação dos varais para a intervenção urbana da próxima quinta-feira. Até agora foram mais de 20 kg de sisal pendurando milhares poemas. Nesta segunda, 26/4, será o último dia de montagem, quem quiser participar ainda há tempo. Pode chegar qualquer hora entre as 13h e as 22h, basta confirmar pelo email papelnovaral@gmail.com.

Na terça-feira, 27/4, às 19h, no Museu Théo Brandão (Av da Paz, Centro, Maceió, AL - ver mapa abaixo) teremos uma reunião geral com todos que queiram participar da I Intervenção Urbana do Papel no Varal.

Os interessados podem participar de várias formas:

i) pegando varais para colocar em seu local de trabalho, estudo, moradia;
ii) somando-se aos grupos que levarão os varais a diversos pontos da cidade;
iii) envolvendo-se na distribuição de poesia à população;
iv) participando dos saraus relâmpagos em bares e restaurantes;
v) incorporando-se aos grupos de ciclistas que farão um percurso bem interessante, colocando varais e divulgando a intervenção;
vi) fotografando / filmando quem estiver atuando na intervenção (principalmente os ciclistas, o pessoal do parkour e dos saraus relâmpagos);
vii) ... (sua sugestão)

e que, na quinta-feira, 29 de abril, consigamos espargir gotas poéticas pelos cantos de Maceió e deixemos nossa cidade com perfume de poesia.

Abraço
Ricardo Cabús
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Contatos: papelnovaral@gmail.com

Apoios na Intervenção Urbana: Ao Pharmacêutico, Armazém Guimarães, Secretaria Estadual de Cultura, Secretaria Municipal de Educação, Fundação Municipal de Ação Cultural, Ufal, Cesmac, IZP, RN Informática, Operant, Fika Frio.

Parceiros na intervenção urbana: Associação Alagoana de Ciclismo, Bicicletada de Maceió, Ciclistas de Maceió, Iby anga (Grupo de
Parkour de Maceió).

Por onde o Papel no Varal já passou: Bar do Seu Manuel (Garça Torta; 02/04/2009), Bella Gula (Jatiúca; 29/04/2009), Delícia das Águas
(Cruz das Almas; 01/07/2009), Livro Lido (Jaraguá; 18/08/2009), Rapa Nui (Ponta Verde; 06/10/2009), Bienal do Livro / FMAC
(Jaraguá; 01/11/2009), Bienal do Livro / Secult-Biblioteca (Jaraguá; 07/11/2009), Teatro Deodoro
(Centro; 13/11/2009), Cine SESI - Corujão (Pajuçara; 12/12/2009), Delícia das Águas (Cruz das Almas; 17/12/2009), Trilha do Mar (Garça
Torta; 22/01/2010), Museu Theo Brandão (Centro; 04/02/2010), Parque Municipal de Maceió (Bebedouro; 28/03/2010)

Por onde passaremos em breve: Orákulo Chopperia (Jaraguá) (16/5/2010), UFAL, Bar do Chopp, Santorégano, Hibiscus...

Coordenação da Intervenção Urbana: Tayra Macedo
Coordenação dos Saraus Relâmpagos: Letícia Elena
Produção: Danielle Cândido
Coordenação Geral: Ricardo Cabús

Realização: Instituto Lumeeiro


Visualizar Papel no Varal no Museu Théo Brandão em um mapa maior


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Primeiro aniversário do Papel no Varal

Das pílulas poéticas pelas ondas de rádio aos versos em papel, Maceió é banhada com Poesia. Após realizar diversos saraus em bares, livrarias e espaços culturais da cidade, o Projeto Papel no Varal - Poesia de todo canto, Poesia pra todo mundo - comemora seu primeiro ano com uma intervenção urbana na cidade de Maceió. No dia 29 de abril de 2010, milhares de pequenos varais estarão pendurados em escolas, bares, livrarias, repartições públicas, espaços urbanos... e a qualquer momento poderão relampejar saraus nos ares e bares maceioenses.

Na intervenção urbana se juntarão aos varalistas: o Iby anga (Grupo de Parkour de Maceió), os Ciclistas de Maceió, a Bicicletada de Maceió e a Associação Alagoana de Ciclismo. Se você quiser apenas pegar um varal para expor em seu local de trabalho, estudo, na árvore da praça - ou sugerir locais para colocação - entre em contato conosco. Mas se a disposição pousou em você, venha se juntar ao nosso time, ajudar na montagem dos varais, pendurar pelos quatro cantos, participar dos saraus relâmpagos, se divertir e depois poder contar que participou de um movimento que deixou Maceió com um perfume de poesia.

Grande abraço,

Ricardo Cabús


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Apoios na Intervenção Urbana (até agora): Ao Pharmacêutico, Armazém Guimarães, Secretaria Municipal de Educação, Fundação Municipal de Ação Cultural, Ufal, Cesmac, IZP, RN Informática, Operant, Fika Frio.

Parceiros na intervenção urbana (até agora): Associação Alagoana de Ciclismo, Bicicletada de Maceió, Ciclistas de Maceió, Iby anga (Grupo de Parkour de Maceió).

Por onde o Papel no Varal já passou: Bar do Seu Manuel (Garça Torta; 02/04/2009), Bella Gula (Jatiúca; 29/04/2009), Delícia das Águas (Cruz das Almas; 01/07/2009), Livro Lido (Jaraguá; 18/08/2009), Rapa Nui (Ponta Verde; 06/10/2009), Bienal do Livro / FMAC (Jaraguá; 01/11/2009), Bienal do Livro / Secult-Biblioteca (Jaraguá; 07/11/2009), Teatro Deodoro (Centro; 13/11/2009), Cine SESI - Corujão (Pajuçara; 12/12/2009), Delícia das Águas (Cruz das Almas; 17/12/2009), Trilha do Mar (Garça Torta; 22/01/2010), Museu Theo Brandão (Centro; 04/02/2010), Parque Municipal de Maceió (Bebedouro; 28/03/2010)

Por onde passaremos em breve: Orákulo Chopperia (Jaraguá) (16/5/2010), UFAL, Bar do Chopp, Santorégano, Hibiscus...


Coordenação da Intervenção Urbana: Tayra Macedo
Coordenação dos Saraus Relâmpagos: Letícia Elena
Produção: Danielle Cândido
Coordenação Geral: Ricardo Cabús