quarta-feira, 31 de março de 2010
segunda-feira, 29 de março de 2010
Papelzinho no Parque
Confesso que quando recebi o convite para fazer o Papelzinho no Varal no Parque Municipal de Maceió tive receio. O Parque fica muito longe de onde acontecem as coisas na cidade, não tem ônibus que passe por perto, a maioria das pessoas nem sabem da existência dele, e quando sabem dela – a existência – não sabem da localização. Para transformar o receio em temor, choveu em Maceió nos dias que antecederam ao evento. Todos sabemos que o brasileiro em geral não gosta de sair de casa com chuva, muito menos ir a um parque, onde a mata atlântica e os bambus invasores não seriam suficientes para protegê-los das intempéries. A previsão do tempo era de chuva. Na verdade, o parque estaria sem condições de receber o evento se houvesse algo mais intenso que chuvisco. E como naquela propaganda da Polishop, “e não é só isso”, liguei para alguns participantes do Papel no Varal, experientes em dizer poemas, e quase nenhum poderia participar.
Porém os deuses da poesia estavam ao nosso lado. O domingo amanheceu banhado pelo dourado do sol e pelo azul do céu tropical de Maceió. Depois de ler dissertação, portais, blogs e jornais (feliz com a matéria de capa no caderno de cultura da Tribuna e boas indicações em outros periódicos) e algo antes das 15 horas, eu estava solitário pela estrada de Bebedouro, imaginando como conduziria o evento. Depois da estação de trem ao entrar à direita, um ônibus à minha frente tirou-me do piloto automático. Era um ônibus escolar, na verdade eram dois ônibus repletos de crianças fardadas espargindo alegria pelas janelas. Os ônibus iam em direção ao parque, e aqui faço mais outra confissão: chorei. Após ultrapassá-los, reduzi a velocidade e, com a pele eriçada, não consegui segurar a emoção ao ver frutos tão belos de uma semente plantada com muito carinho, porém pouca expectativa. Consigo me recompor antes de passar pela portaria do parque e receber o selo de visitante. Sigo pela Trilha Cidadã, passando pelo Recanto dos Jacarés, até chegar ao local do evento.
Cenário pronto: palco, som, cadeiras, carrinho de pipoca, algodão doce, picolé, sucos, água de coco, tudo cercado pela mata atlântica e recheado de muitas crianças e um bom bocado de adultos. Sim, o varal, pendurado nos troncos das árvores, estava repleto de poemas e a banca de livros, ao fundo, completava o desenho. Danielle e nossa turma do Instituto Lumeeiro tinham feito um excelente trabalho na produção, em parceria com a equipe da Sempma.
Passava pouco das três da tarde quando iniciamos a décima primeira edição de nosso projeto, sendo a primeira no formato Papelzinho no Varal. Com o Convite de José Paulo Paes, dei a partida. Para minha surpresa as inscrições que chegavam aos nossos monitores eram muitas e de crianças. As leituras se sucederam impregnando poesia nos galhos e folhas que tremulavam em sinal de aquiescência. Surpreendeu-me a consistência de algumas das leituras infantis. Aqui, acolá um adulto chegava ao palco para tornar a festa eclética. E ao final do primeiro bloco, Cris Braun dominou a cena fazendo um rap-poema que agitou a meninada. Chamamos o intervalo musical, regado com pipocas e companhia. Ezra Mattivi, acompanhada por Janeo no teclado, mostrou sua experiência em lidar com o público infantil e fez uma bela apresentação, passando por canções autorais, tradicionais e populares. Houve certo atropelo com a fila do lanche que tirou a atenção de parte das crianças a partir de então. Mas nada que tirasse a alegria da festa poética que continuou no segundo bloco até as cinco da tarde com o cair do sol sobre mais de duas centenas de presentes. O sarau foi encerrado com o secretário Ricardo Ramalho recitando de cor Clarice Lispector, enquanto humildes crianças fardadas caminhavam enfileiradas em direção aos ônibus, deixando um rastro de felicidade que ainda perdura em minha lembrança. Essa emoção, pretendo guardá-la para sempre.
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O Papelzinho no Varal foi uma promoção do Instituto Lumeeiro em parceria com a SEMPMA, e contou com o apoio da FMAC, IZP, SuperPizza e FikaFrio.
sábado, 27 de março de 2010
Papelzinho no Varal no Projeto Arte no Parque
sexta-feira, 19 de março de 2010
quarta-feira, 17 de março de 2010
Linda está de volta
terça-feira, 16 de março de 2010
Dois mini-cursos de literatura brasileira contemporânea
Os mini-cursos são: 1) Crítica de poesia: tiques, toques e truques, com o professor e poeta Wilberth Salgueiro e 2) Crítica & ficção no Brasil: uma leitura do presente, com o professor e escritor Flávio Carneiro.
Os mini-cursos fazem parte do Rumos Literatura 2010-20211, programa de apoio a projetos na área de ensaio ou crítica literária, que tem suas inscrições abertas até o próximo dia 31 de julho. Saiba tudo sobre o edital Rumos acessando www.itaucultural.org.br/rumos.
Programação dos mini-cursos Rumos Literatura em Maceió
20.03, sábado
9h30 às 12h30 e 14h às 18h
tema Crítica de poesia: tiques, toques e truques com o professor e poeta Wilberth Salgueiro
O curso se propõe a apresentar um instrumental crítico e teórico para que o leitor de poesia possa firmar critérios e valores próprios e, daí, apreciar a força e a forma de uma obra poética. A exposição do instrumental se dará em paralelo a análises de poemas brasileiros contemporâneos, sobretudo a partir da década de 1980.
perfil do ministrante: Wilberth Salgueiro (Rio de Janeiro/RJ). Mestre e doutor em Letras, pela UFRJ. Atualmente é coordenador do Programa de Pós-Graduação em Letras na UFES e pesquisador-bolsista do CNPq. Autor de, entre outros, Lira à brasileira: erótica, poética, política; Forças & formas: aspectos da poesia brasileira contemporânea (dos anos 70 aos 90) e Personecontos.
9h30 às 12h30 e 14h às 18h
tema Crítica & ficção no Brasil: uma leitura do presente com o professor e escritor Flávio Carneiro.
O propósito do curso é discutir algumas questões sobre o exercício de uma crítica literária que se arrisca a falar não apenas de obras e autores canônicos mas do que está sendo produzido hoje no Brasil na área de ficção. Os princípios norteadores dessa crítica, seus critérios, seus recortes são alguns dos pontos tratados, juntamente com a apresentação de um mapeamento da ficção brasileira atual.
perfil do ministrante: Flávio Carneiro (Goiânia, GO). Escritor, roteirista, crítico literário, professor de literatura da UERJ e autor de doze livros, entre contos, romances, crônicas, ensaios e novelas para crianças e jovens. Escreveu também dois roteiros para cinema. Seus livros mais recentes são o romance A Confissão e o livro de crônicas Passe de Letra: futebol & literatura, ambos publicados pela Rocco.
Serviços
- Inscrições: apenas pessoalmente em outro Sesc: Coordenação Artístico-Cultural (CARC) - Unidade SESC Centro - Rua Barão de Alagoas, 229.
- Quantidade de vagas: 50 – inscrições gratuitas
- Período de inscrições: até 19/03/10
- Certificados para quem cumprir ao menos 75% da carga horária
Contato
Luiz Pedreira Jr
Itaú Cultural | Comunicação Dirigida
itaucultural@