(Ascom Lumeeiro - Nathalia Leal)
O evento foi aberto por Selma Britto, responsável pelo projeto que promove concertos no primeiro domingo de cada mês. A pianista aproveitou o momento para agradecer a presença do público, desejar boas festas a todos e destacar o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, representada ali pelo secretário Osvaldo Viégas. Em seguida, Selma dirigiu-se ao piano para tocar “Azulão”, com Miran Abs no violoncelo; seguida por outras como “Casa de caboclo” e “Guacyra”, no decorrer do recital.
Ricardo Cabús iniciou a leitura de poemas com “O grande desastre aéreo de ontem”, que Jorge de Lima dedicou a Cândido Portinari. Entremeados pelas composições de Hekel, os versos de Jorge traziam a memória de uma infância em União dos Palmares, na qual o “Inverno” representava a fartura, principalmente para as camadas mais pobres.
O poeta – que nunca conseguiu entrar na Academia Brasileira de Letras (ABL) – carrega em sua obra uma “alagoanidade” intrínseca e aborda, na maioria de seus versos, o relato de um cotidiano popular, presente em “O acendedor de lampiões” e “Mulher proletária”. Entretanto, Jorge é diverso e também apresenta poemas como o surreal “O Grande Circo Místico”, inspirado na história da dinastia Knieps, que virou um espetáculo musical com trilha sonora de Chico Buarque e Edu Lobo, em 1983 e será a base para o novo filme do alagoano Cacá Diegues, com lançamento previsto para 2014.
O público lotou o salão nobre do IHGAL |
Entretanto, Hekel Tavares faz parte da memória afetiva de alguns alagoanos. “Bia-tá-tá lembra a minha infância. Minha mãe costumava cantar para mim e minhas irmãs”, comentou a senhora Benedita, mais conhecida como Dinete, depois de ouvir – com um sorriso no rosto – a composição interpretada pelo piano de Selma Britto e a flauta de Miran Abs.
A importância de iniciativas culturais regulares no estado foi destacada por Adenor Pitanga, alagoano que mora em Nova Iorque, e que esteve presente pela primeira vez em uma edição do Concerto aos Domingos e também numa atividade do Instituto Lumeeiro. “Fiquei impressionado pela qualidade do recital (...) Para mim, foi uma experiência muito interessante, principalmente por ter sido informado que se tratam de projetos (...) São iniciativas muito boas para Alagoas, por promoverem o hábito de adquirir cultura literária, cultura musical”, afirma.
Para Cabús, a primeira experiência do Lumeeiro no formato recital trouxe um saldo positivo. “Foi um prazer interagir com poesia e música num ambiente acolhedor à arte de qualidade. É maravilhoso estar no mesmo palco que Selma Britto e Miran Abs, que fazem música com tanto talento”, destaca.
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