*Ascom
Lumeeiro
Poesia e
carnaval voltam a se encontrar no V Papel no Varal Erótico-Carnavalesco, sexta,
14 de fevereiro, no pátio do museu Théo Brandão. Fazendo parte das prévias
carnavalescas de Maceió, o evento, além do varal com 100 poemas, trará
performances, exposição de arte fotográfica erótica e muitas surpresas. Com o
tema “A noite dos mascarados”, Ricardo Cabús conduzirá o programa que não deve
faltar irreverência e muito humor.
A música
estará presente com o grupo Caí Dentro, liderado por Bruno Palagani. Marchinhas tradicionais, passando pelos sambas e frevos que marcaram época, darão o tempero carnavalesco e convidarão o público ao baile.
No varal, estarão
dos clássicos da literatura erótica, Safo e Bocage, aos contemporâneos Bráulio
Tavares e Ferreira Gullar. Durante a noite serão ouvidos versos como os do
inglês John Donne:
Deixa que
a minha mão errante adentre
Atrás, na
frente, em cima, em baixo, entre.
Minha
América! Minha terra à vista,
Reino de
paz, se um homem só a conquista,
Minha mina
preciosa, meu Império,
Feliz de
quem penetre o teu mistério!
O público do Papel
no Varal Erótico-Carnavalesco é o mais diverso possível: da velha guarda à nova
geração (+18). Todos podem ler os poemas do varal. O uso de máscaras é indicado
(embora não obrigatório). Haverá prêmio para a melhor máscara e melhor leitura
ou performance amadora. A sessão livre
volta com novas regras, corrigindo algumas falhas da edição passada.
Segundo
Ricardo Cabús, idealizador do projeto, o sarau será um momento de encontro da
boa poesia com o entretenimento, regado a humor, erotismo e muita música
carnavalesca. Para Bruno Palagani “voltar ao palco do Papel no Varal é sempre
uma alegria em poder regar com boa música um projeto cultural reconhecido pela
sociedade alagoana”.
O evento tem
vagas limitadas e os interessados podem adquirir o ingresso nas farmácias Ao
Pharmacêutico a partir de três de fevereiro. Os individuais (pista) são
gratuitos (antecipados) e 10 reais (no dia), já as mesas (4 pessoas) custam 60
reais (antecipadas) e 100 reais (no dia – embora nunca tenha sobrado). A
escolha da localização das mesas é por ordem de chegada ao evento.
O Papel no Varal
O projeto,
iniciado em 2009, leva a poesia ao grande público. Num varal de sisal, 100
poemas de autores de todos os tempos e de todos os cantos são dispostos para
que as pessoas escolham e leiam. Duas orientações devem ser seguidas: não
trazer de casa, nem ler o próprio poema. A pré-seleção passa pelo conselho
editorial do Instituto Lumeeiro e curadoria fica por conta de Ricardo Cabús. O
Papel no Varal acontece no formato sarau eclético e nos temáticos como o
erótico-carnavalesco (para adultos), o Papelzinho no Varal (para crianças),
mulher, água, loucura, entre outras ações.
SERVIÇO
Papel no Varal Erótico-carnavalesco
Papel no Varal Erótico-carnavalesco
Apresentação: Ricardo Cabús
Participação musical: Grupo Caí Dentro
Dia: Sexta, 14 de fevereiro de 2014 às 20h
Local: Museu Théo Brandão (Av. da Paz, 1490 – Centro)
Vendas: farmácias Ao Pharmacêutico (a partir de 4/2/2014)
Mesa (4 lugares): R$ 60,00 (antecipada) e R$ 100,00 (no
dia).
Pista: Gratuita (antecipada) e R$ 10,00 (no dia)
Vagas limitadas
Classificação: 18 anos.
Produção: Instituto Lumeeiro
Patrocínios/Apoios: FMAC, SECULT/AL, Secretaria da Mulher/AL,
Ao Pharmacêutico, Braskem, Gama Engenharia de Recursos Hídricos, Academia
Acquativ, Armazém Guimarães, Bodega do Sertão, Operant Creperia, Akuaba, Cachaça
Engenho Nunes, Fika Frio, IMA, UFAL e IZP.
Quem faz o Sarau:
Ricardo Cabús é poeta, tradutor, compositor e professor universitário. Lançou dois livros de poesia, Cacos Inconexos e Estações Partidas; e A Galinha Saudosa, título de literatura infantil. É professor na Universidade Federal de Alagoas, preside o Instituto Lumeeiro e é o idealizador e apresentador dos projetos “Papel no Varal” e “Um poeta na Berlinda”, além de diversos shows de poesia e música, como Djavaneando Lêdo, Jorge e Hekel, Bukowski Blues, Piazzolando Quintana, Só Vinicius, A poesia de Terry Gifford e Um trenzinho pra Drummond. Criou e dirige o Minuto de Poesia na Educativa FM.
José Márcio Passos: é ator e diretor de teatro. Tem atuado em teatro (Balanço Final), cinema (Deus é Brasileiro, Bye bye Brasil, Quilombo) e televisão (Brilhante). Atualmente dirige o Museu Palácio Floriano Peixoto (Mupa).
Jul Sousa é artista visual, nasceu em Brasília e reside em Maceió. Graduada em Comunicação Social, autora da exposição individual intitulada Febre, releitura da obra Fantasia e avesso, da escritora Arriete Vilela. Participou da Mostra de Trabalhos fotográficos durante o V Theoria, com videoarte Febre. Integra o Coletivo Vê, onde trabalha com imagens e iniciativas de difusão de conhecimento em artes visuais.
INDO PARA O LEITO
ResponderExcluirVem, Dama, vem, que eu desafio a paz;
Até que eu lute, em luta o corpo jaz.
Como o inimigo diante do inimigo,
Canso-me de esperar se nunca brigo.
Solta esse cinto sideral que vela,
Céu cintilante, uma área ainda mais bela.
Desata esse corpete constelado,
Feito para deter o olhar ousado.
Entrega-te ao torpor que se derrama
De ti a mim, dizendo: hora da cama.
Tira o espartilho, quero descoberto
O que ele guarda, quieto, tão de perto.
O corpo que de tuas saias sai
É um campo em flor quando a sombra se esvai.
Arranca essa grinalda armada e deixa
Que cresça o diadema da madeixa.
Tira os sapatos e entra sem receio
Nesse templo de amor que é o nosso leito.
Os anjos mostram-se num branco véu
Aos homens. Tu, meu anjo, és como o céu
De Maomé. E se no branco têm contigo
Semelhança os espíritos, distingo:
O que o meu anjo branco põe não é
O cabelo mas sim a carne em pé.
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