Alguns avisos sobre o Papel no Varal desta quarta-feira, 23/2/2011, no Museu Theo Brandão:
1) Em função de muitas solicitações, a produção decidiu aceitar reservas para mesas e convites individuais pelo email reservas@lumeeiro.org. Porém as mesas devem ser pagas até a quarta-feira pela manhã nas lojas Ao Pharmacêutico. Os individuais também devem ser coletados no mesmo período e local;
2) A partir do meio-dia da quarta-feira, dia do evento, caso não tenham se esgotado, as mesas e individuais estarão disponíveis apenas no local do evento.
3) O número de mesas e individuais é limitado. Não será permitido o acesso aos que não estejam portando o ingresso (mesa ou individual).
4) O varal estará visitado por 100 poemas de poetas de todos os cantos e todos os tempos. O erótico estará presente em sua forma ampla, da sutileza do 'Beijo Eterno' de Castro Alves (abaixo) à crueza do 'Soneto 5' de Aretino.
5) Ressaltamos que a entrada será permitida apenas aos maiores de 18 anos.
6) Cris Braun está preparando um intervalo musical com um repertório delicioso.
7) As interpretações estilizadas dos poemas e as fantasias tanto dos que quiserem dizer poesia no palco, quanto da plateia, serão muito bem-vindas.
8) Haverá toldo, no palco e na plateia. Se chover, não para o show.
Sejam bem-vindos
Ricardo Cabús e Equipe Papel no Varal
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Castro Alves[1]
Beijo Eterno
Quero um beijo sem fim,
Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!
Ferve-me o sangue.
Acalma-o com teu beijo,
Beija-me assim!
O ouvido fecha ao rumor
Do mundo, e beija-me, querida!
Vive só para mim, só para a minha vida,
Só para o meu amor!
Fora, repouse em paz
Dormindo em calmo sono a calma natureza,
Ou se debata, das tormentas presa,
Beija inda mais!
E, enquanto o brando calor
Sinto em meu peito de teu seio,
Nossas bocas febris se unam com o mesmo anseio,
Com o mesmo ardente amor!...
Diz tua boca: "Vem!"
Inda mais! diz a minha, a soluçar... Exclama
Todo o meu corpo que o teu corpo chama:
"Morde também!"
Ai! morde! que doce é a dor
Que me entra as carnes, e as tortura!
Beija mais! morde mais!
Que eu morra de ventura,
Morto por teu amor!
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