terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Alguns avisos sobre o sarau erótico e um poema de Castro Alves

Alguns avisos sobre o Papel no Varal desta quarta-feira, 23/2/2011, no Museu Theo Brandão:

1) Em função de muitas solicitações, a produção decidiu aceitar reservas para mesas e convites individuais pelo email reservas@lumeeiro.org. Porém as mesas devem ser pagas até a quarta-feira pela manhã nas lojas Ao Pharmacêutico. Os individuais também devem ser coletados no mesmo período e local;

2) A partir do meio-dia da quarta-feira, dia do evento, caso não tenham se esgotado, as mesas e individuais estarão disponíveis apenas no local do evento.

3) O número de mesas e individuais é limitado. Não será permitido o acesso aos que não estejam portando o ingresso (mesa ou individual).

4) O varal estará visitado por 100 poemas de poetas de todos os cantos e todos os tempos. O erótico estará presente em sua forma ampla, da sutileza do 'Beijo Eterno' de Castro Alves (abaixo) à crueza do 'Soneto 5' de Aretino.

5) Ressaltamos que a entrada será permitida apenas aos maiores de 18 anos.

6) Cris Braun está preparando um intervalo musical com um repertório delicioso.

7) As interpretações estilizadas dos poemas e as fantasias tanto dos que quiserem dizer poesia no palco, quanto da plateia, serão muito bem-vindas.

8) Haverá toldo, no palco e na plateia. Se chover, não para o show.

Sejam bem-vindos

Ricardo Cabús e Equipe Papel no Varal

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Castro Alves[1]

Beijo Eterno

Quero um beijo sem fim,

Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!

Ferve-me o sangue.

Acalma-o com teu beijo,

Beija-me assim!

O ouvido fecha ao rumor

Do mundo, e beija-me, querida!

Vive só para mim, só para a minha vida,

Só para o meu amor!

Fora, repouse em paz

Dormindo em calmo sono a calma natureza,

Ou se debata, das tormentas presa,

Beija inda mais!

E, enquanto o brando calor

Sinto em meu peito de teu seio,

Nossas bocas febris se unam com o mesmo anseio,

Com o mesmo ardente amor!...

Diz tua boca: "Vem!"

Inda mais! diz a minha, a soluçar... Exclama

Todo o meu corpo que o teu corpo chama:

"Morde também!"

Ai! morde! que doce é a dor

Que me entra as carnes, e as tortura!

Beija mais! morde mais!

Que eu morra de ventura,

Morto por teu amor!



[1] Baiano (1847 - 1871)

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