quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Espaço e Tempo


Espaço e Tempo
(Ricardo Cabús)

Vejo o novo ano
Como um espaço vazio
A ser preenchido por nós

É como uma tela em branco
Para colocarmos tinta
Formando imagens de sonhos
A serem vividos
Ou revividos

Um novo chão
Para marcarmos com nossas pegadas
Trajetos em busca do desejo
Adormecido
Ou não

É um espaço onde o tempo é
Cada vez menor
Mas onde desejos e sonhos
Por atemporais

Cabem plenos

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Um Poeta na Berlinda - Gazeta de Alagoas - Caderno B




Entrevista dada a Arriete Vilela para o Caderno B da Gazeta de Alagoas, publicada em 27/12/2014.

1- Prometemos segundo nossas esperanças e cumprimos segundo

nossos temores"? (La Rochefoucauld)

Minha banda toca em outra praça. Deixar que o temor dite o fazer é extremamente

conservador. O mundo só vai pra frente se houver quem siga ideais que quebrem as

estruturas vigentes e coloquem novas no lugar. Isso vale tanto para a sociedade como um

todo, quanto para aspectos específicos, como a literatura. Imagino quando o verso livre

surgiu, sem rima, sem métrica, os caras devem ter pirado o cabeçote dos que estavam

confortavelmente colocando letras e sílabas tônicas em espaços pré-determinados. Digo

isso sem desmerecer quem já estava sentado na janelinha. Hoje vejo muitos jovens fazendo

poemas que me surpreendem e fazem-me às vezes achar que o velho agora sou eu. Mas

talvez ainda não. Talvez ainda haja como conviver. E que a vida siga e possamos prometer

segundo nossos temores e cumprir segundo nossas esperanças.

2 - "O gênio está sempre acima da era em que vive"? (Harold 

Bloom)

Os gênios são importantes para a humanidade, pois em geral apontam soluções para

problemas até então insolúveis ou até para os que nem haviam sido propostos. De certa

forma dão um empurrão pra frente nas coisas, na ciência, nas artes, nos esportes. Para isso

eles têm que estar de algum modo em um ponto de vista diferente da maioria das pessoas

de seu tempo. Há gênio de toda ordem e para todo gosto, mas prefiro os que ofereceram

sua criação para a alegria ou a melhoria do povo de seu tempo e dos futuros, como um

Chaplin, um Einstein. Isto sem esquecer os gênios populares, dos grotões, que estão à

margem do mainstream (não sei uma palavra boa em português para isso, mas uma possível

tradução seria a corrente dominante de uma época). Por outro lado, sem o agir coletivo a

genialidade pode ser inócua. Imagino quantos gênios foram incompreendidos em seu tempo

ou perdidos pela distância dos grandes centros. Quanto a humanidade poderia ter ganhado?

Mas o acaso faz sua parte no caminhar do rio da vida.

3 - "Todo e qualquer conhecimento tem origem na 

experiência"? (J. Locke)

Gosto de pensar que o conhecimento é resultado de algo construído pelo pensamento e

se baseia numa representação mental – elaborada a partir da percepção e da intuição –

da realidade exterior ao pensamento, do que poderíamos chamar de concreto, e que sem

dúvida passa pela experiência.

4 - "Os clássicos escreviam tão bem porque não tinham os 

clássicos para atrapalhar"? (Mario Quintana)

Quintana enfia o dedo em um aspecto bem interessante: o papel dos pares. Isso vale para a

literatura e para a ciência. É muito comum encontrarmos donos de nichos ou às vezes donos

de toda a verdade. Seja diferente e pereça. Por outro lado, não podemos deixar de enfatizar

a importância deles, sobretudo para quem está começando. Uma referência sólida é sempre

um bom começo para quem quer entrar em alguma área. É o pai ou a mãe. Uma hora deve-
se romper e caminhar por conta própria, mas não necessariamente sozinho.

5 - "Nem todo poema contém poesia. [...] Há máquinas de rimar, 

mas não de poetizar. Por outro lado, há poesia sem poemas; 

paisagens, pessoas e fatos podem ser poéticos: são poesia sem ser 

poemas"? (Octavio Paz)

Concordo, embora nem goste de chamar de poema alguns escritos que não guardam

poesia. Sou extremamente tolerante a escolas literárias e a não-escolas, mas não à falta de

poesia, mínima que seja, uma metaforazinha, pelo menos, ou uma estética que surpreenda.

Também não gosto da tentativa de replicar o romantismo do século XIX nos dias de hoje.

Foi extremamente válido, mas vamos deixar que novas formas ganhem espaço e corpo.

Vale destacar que tenho certa aversão à ideia elitista de que a poesia popular não é poesia

ou é inferior. Eu posso gostar, ou não, de um poema popular, por encontrar um lirismo

simples, como de um poema concretista altamente inteligente, porém sem lirismo algum.

Por outro lado, não há como não curtir a poesia nos belos olhos da pessoa amada, em um

céu com cores surpreendentes, no andar trôpego da criança dando os primeiros passos em

direção à mãe.

6 - "A Arte é uma espécie de Bem por procuração"? (Íris 

Murdoch)

A arte é algo que deve estar disponível por procuração com plenos poderes para qualquer

ser humano usufruir. A arte, embora fruto de um ser, deve estar superior ao ego do

artista. Depois de criada, a obra de arte é de quem a sente e consegue carregá-la em si,

independente de possuir o dinheiro necessário para comprá-la.

7 - "Uma enorme fatia de algo bom é maravilhoso"? (Mae West)

Não sou dos que se lambuzam no excesso. Gosto das hipérboles, mas como figura de

linguagem que ajuda a iluminar algo a ser destacado, uma lupa. Hoje procuro desenvolver

em mim a capacidade de saciar-me com menos. É um exercício difícil, porém moralmente

interessante. O problema é que o fantasma de Oscar Wilde geralmente pousa e lembra-me

que "eu resisto a tudo, menos às tentações".

 8 - "De onde menos se espera, daí é que não sai nada"? (Barão de 

Itararé)

Perfeito, como peça de humor. Dialoga generosamente com a estatística. No entanto, na

literatura é um desastre. Eu gosto da literatura que me surpreende, que me arrepia.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Poesia e música de Vinícius de Moraes saúdam o solstício de verão

Em uma noite quente, Ricardo Cabús, Duo Lumeeiro e Fernanda Guimarães ventaneiam emoção para uma plateia atenta e interativa.


(Ascom Lumeeiro)
(Fotos: Levi Yuri)

Ricardo Cabús dá voz à poesia de Vinicius

A segunda edição do Só Vinícius cumpriu o que prometeu: encantar o público com a união da música e da poesia de um dos maiores autores da literatura brasileira, Vinicius de Moraes.
A noite era de solstício de verão: temperatura alta, brisa leve e lua escondida. O público, pouco a pouco, fez presente. Às 19h30min os primeiros acordes de Berimbau foram executados com perfeição pelo Duo Lumeeiro, composto pelos músicos Miran Abs e Willbert Fialho. Breves instantes depois a voz de Ricardo Cabús ecoava firme trazendo a poesia do homenageado da noite.
A curadoria de versos e canções contemplou as diversas faces de Vinicius: do amor romântico trazido na música Minha namorada à metalinguagem presente nas estrofes de Poética. Também foi possível ouvir releituras de poemas a partir da entonação que Ricardo Cabús adotou. Foi o que ocorreu com A casa, conhecido por ter se transformado em música infantil e mostrado, no recital, em tom sério e áspero para condizer com a crítica social ali existente. O poema Olhe aqui, Mr. Buster teve uma interpretação arrebatadora e foi o mais aplaudido da noite.

Plateia atenta lotou o espaço Cultura e Sabores

O público foi eclético, contemplou tanto iniciantes na obra do Poetinha quanto admiradores já fieis. Camila Cavalcante, artista visual de destaque no atual cenário da cultura alagoana, disse ser fã de Vinícius de Moraes desde sempre e destacou que a iniciativa do Instituto Lumeeiro em fazer esta homenagem “é importantíssima, na verdade, essencial. Porque Vinícius é muito popular mas ao mesmo tempo não é muito apreciado. As pessoas não têm noção exata de que gostam dele. Alagoas é muito carente desse tipo de iniciativa.”
Por parte dos que estão começando a conhecer Vinícius de Moraes, havia Bianca Teixeira, que disse acompanhar “a obra de Vinícius pelas mídias habituais. Tô gostando muito da divulgação que estão fazendo, tem a questão das olimpíadas que eles colocaram o nome de Vinícius e tô me interessando muito pela poesia há pouco tempo. Tive essa oportunidade de ver esse evento e vim para conhecer um pouquinho mais sobre o trabalho dele na área de poesia e música. A iniciativa do Instituto Lumeeiro em fazer o evento é muito importante, muito interessante para o Estado de Alagoas que tem carência nessa área de cultura, de poesia. Gostei muito do local escolhido, do tema abordado, do dia, horário e tô gostando muito da programação que vocês fizeram”.
Miran Abs, Ricardo Cabús, Fernanda Guimarães e Willbert Fialho

Foi esse clima de satisfação e encantamento que tomou conta da noite, encerrada com chave de ouro pela participação mais que especial de Fernanda Guimarães entoando Eu sei que vou te amar, única música cantada do repertório, e dando uma palhinha extra com Ela é carioca.


(Este evento contou com o patrocínio de Ao Pharmacêutico, Gama Engenharia de Recursos Hídricos e Secretaria Estadual de Cultura e com o apoio de Armazém Guimarães, Bodega do Sertão, UFAL e IZP.)

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Só Vinicius traz poesia e música do Poetinha para celebrar a chegada do verão

O Instituto Lumeeiro traz ao palco o recital Só Vinicius, no solstício de verão, domingo, dia 21, às 19h, no restaurante Cultura e Sabores (Ponta Verde). A capital alagoana terá a oportunidade de rever uma homenagem que une versos e canções de Vinicius de Moraes no ano em que são celebrados 101 anos de vida do Poetinha.

O poeta Ricardo Cabús comanda o show e dá voz à poesia marcante e atemporal de Vinicius de Moraes, que traz versos ora apaixonados “São demais os perigos desta vida/Para quem tem paixão principalmente”, ora impactantes “Pensem nas crianças/Mudas telepáticas/Pensem nas meninas/Cegas inexatas”, ora irreverentes “Para que vieste/Na minha janela/Meter o nariz?/Se foi por um verso/Não sou mais poeta/Ando tão feliz!”.

A música fica sob responsabilidade do Duo Lumeeiro – formado pelos músicos Miran Abs (violoncelo e flauta) e Willbert Fialho (violão de sete cordas) – que traz um show instrumental com canções, como “Garota de Ipanema” e “Onde anda você”, que embalaram muitas gerações e marcaram a história da música popular brasileira. A noite ainda contará com uma participação especial da cantora e compositora Fernanda Guimarães na música “Eu sei que vou te amar”.

Só Vinicius, através do enlace de versos poéticos e musicais de um dos maiores nomes da música e literatura brasileira, promete extasiar e cativar o público com toda a boemia advinda da criação artística do Poetinha.

Quem estará no palco

Ricardo Cabús: poeta, tradutor, compositor e professor universitário, lançou os livros de poesia: Cacos Inconexos, Estações Partidas, e A Galinha Saudosa (este último, voltado ao público infantil). É professor da UFAL, presidente do Instituto Lumeeiro, idealizador e apresentador do projeto Papel no Varal, além de criador e diretor do Minuto de Poesia na Rádio Educativa FM.


Miran Absmulti-instrumentista, com destaque para o violoncelo e a flauta. Formada em Música (Licenciatura) pela UFAL e Bacharelado em Violoncelo pela UFPB. Participou de vários CDs, shows, festivais locais e nacionais e em trilha sonora para propagandas e documentários. Professora de artes da Rede Estadual de Ensino e Coordenadora Técnica de Música do PETI. Atuou como flautista e violoncelista da Orquestra de Câmara da UFAL no período de 1994 a 2004.


Willbert Fialho: alagoano de Pão de Açúcar, traz a influência ribeirinha em sua formação musical. Destaque entre os violonistas alagoanos, já acompanhou inúmeros músicos locais, em shows e gravações, e, atualmente, toca com o cantor Altemar Dutra Jr. Já produziu trilhas sonoras para documentários e integra os grupos Duo no Choro, Trio Cai Dentro, Grupo Cai Dentro e Confraria Alagoana do Choro.


Fernanda Guimarães: intérprete e compositora alagoana, com 13 anos de carreira, a artista se preocupa com a diversidade de seu trabalho e, desde o início de sua carreira está relacionada a diferentes experiências, que a propiciaram tanger ritmos como a MPB, Samba, Pop Rock, Blues, Jazz e Rock’in Roll.


SERVIÇO

Evento: Só Vinicius
Data: 21 de dezembro de 2014
Horário: 19h
Local: Cultura e Sabores (Espaço Ação Livre – ao lado do antigo Coconut-Ponta Verde)
Ingressos: (nas farmácias Ao Pharmacêutico)
Individuais: 1º lote - R$10 (meia) / R$20 (inteira) / 2º lote - R$20 (meia) / R$40 (inteira) / Dia - R$30 (meia) / R$60 (inteira)
Apresentação, roteiro e curadoria: Ricardo Cabús
Participação musical: Duo Lumeeiro (Miran Abs e Willbert Fialho)
Participação especial: Fernanda Guimarães
Classificação etária: 14 anos
Promoção: Instituto Lumeeiro
Apoio: Ao Pharmacêutico, Gama Engenharia de Recursos Hídricos, Armazém Guimarães, Bodega do Sertão, UFAL, IZP.
Informações: (82) 8135-5990 / contato@lumeeiro.org

Twitter: @lumeeiro e @papelnovaral

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Espraiado

http://www.epochtimes.com.br/
Espraiado
(Ricardo Cabús) 

Caminho a esmo
Uma lesma sobe trôpega
por pedras que contêm seu cheiro espessado
Espero deixando meu corpo
esparramar-se lentamente
no amarelo desbotado da relva
tostada pelo sol escaldante
Um cão esbaforido
escamoteia um brinquedo largado
por alguma criança desligada
O vento nordeste toca uma sinfonia
nas palhas estéreis de coqueiros anãos e viris
enquanto uma escultura fora de moda olha pra mim
esfaimada e bela
qual essa lembrança
que esvai suave ao cair da ampulheta



domingo, 12 de outubro de 2014

Gangorra




Gangorra
(Ricardo Cabús)

Soube do cheiro pela árvore da praça
e pela escada de pedras musgosas
Eram tempos sombrios e ternos
Temia o cão
Tremia o chão enquanto tremeluziam 
folhas a caducar
Vento irado
Uma criança chora, berra, esperneia  
E a gangorra é meu mundo

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Papel no Varal traz a ciência e tecnologia em forma de poesia




Após o recesso de inverno o Papel no Varal volta a pendurar poemas no Maikai Choparia, na noite da próxima terça, dia 14, véspera do dia do professor. O sarau será temático – os 100 poemas escolhidos têm relação com a ciência e a tecnologia – e trará a estreia do Duo Lumeeiro.

Sob o comando do poeta Ricardo Cabús, os presentes poderão subir ao palco para ler qualquer dos poemas do varal. Baudelaire, Wally Salomão e Vera Romariz estarão pendurados, bem como o português Eugénio de Andrade que traz os versos:

Toda a ciência está aqui,
na maneira como esta mulher
dos arredores de Cantão
ou dos campos de Alpedrinha,
rega quatro ou cinco leiras
de couves: mão certeira
com a água,
intimidade com a terra,
empenho do coração.
Assim se faz o poema.

Um dos destaques da noite será a primeira apresentação do Duo Lumeeiro, composto pelos músicos Miran Abs (Violoncelo e flauta) e Wilbert Fialho (violão de sete cordas). Nesta apresentação o repertório será eclético – do jazz à MPB, passando pelo clássico e o chorinho – e terá as participações especiais de Ícaro Coutinho (gaita) e Patrícia Hecktheuer (soprano). A direção musical é de Miran Abs.

O Papel no Varal: Ciência e Tecnologia é uma promoção do Instituto Lumeeiro em conjunto com a ComuniCT e a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e tem o apoio da Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação/AL, FAMED, CNPq, Ao Pharmacêutico, IZP e Armazém Guimarães. As vagas são limitadas e os interessados podem adquirir os ingressos gratuitamente nas farmácias Ao Pharmacêutico.

  
Quem estará no palco

Ricardo Cabús: poeta, tradutor, compositor e professor universitário, lançou dois livros de poesia, Cacos Inconexos e Estações Partidas, e A Galinha Saudosa, título de literatura infantil. É professor da UFAL, presidente do Instituto Lumeeiro, idealizador e apresentador do projeto Papel no Varal, além de criador e diretor do Minuto de Poesia na Rádio Educativa FM.

Miran Abs: Multi-instrumentista, com destaque para o violoncelo e a flauta. Formada em Música (Licenciatura) pela UFAL e Bacharelado em Violoncelo pela UFPB. Participou de vários CDs, shows, festivais locais e nacionais e em trilha sonora para propagandas e documentários. Professora de artes da Rede Estadual de Ensino e Coordenadora Técnica de Música do PETI. Atuou como flautista e violoncelista da Orquestra de Câmara da UFAL no período de 1994 a 2004. É diretora musical do Instituto Lumeeiro.

Wilbert Fialho: alagoano de Pão de Açúcar e traz a influência ribeirinha em sua formação musical. Destaque entre os violonistas alagoanos, já acompanhou inúmeros músicos locais, em shows e gravações, e, atualmente, toca com o cantor Altemar Dutra Jr. Já produziu trilhas sonoras para documentários e integra os grupos Duo no Choro, Trio Cai Dentro, Grupo Cai Dentro e Confraria Alagoana do Choro.

Serviço
Papel no Varal – Ciência e Tecnologia

Data: 14 de Outubro de 2014
Horário: 20h
Local: Maikai Choparia
Entrada: Gratuita
Ingressos antecipados: Farmácias Ao Pharmacêutico
Apresentação e curadoria: Ricardo Cabús
Direção musical: Miran Abs
Participação Musical: Duo Lumeeiro (Miran Abs e Willbert Fialho)
Participação especial: Ícaro Coutinho e Patrícia Hecktheuer.
Classificação etária: 14 anos
Promoção: Instituto Lumeeiro, ComuniCT, Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Apoio: Ao Pharmacêutico, Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação/AL, FAMED, CNPq, IZP e Armazém Guimarães

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Tardinha Poética: uma opção para crianças que querem mais


No próximo domingo, 21, o Instituto Lumeeiro, em parceria com a Cuscuzeria Café, lança um novo formato de evento cultural para crianças: a Tardinha Poética. Será um momento em que poesia e música estarão unidas em um diálogo lúdico para crianças de todas as idades. A poesia fica ao comando de Larissa Cabús e a música conta com a maestria de Miran Abs, trazendo instrumentos que vão da flauta ao violoncelo e um repertório de compositores consagrados como Villa Lobos e Vinicius de Moraes.
Entre os poemas selecionados, haverá poetas clássicos, como Cecília Meireles e Manuel Bandeira, promovendo o contato dos pequeninos com a boa literatura desde cedo.
Durante a tarde serão ouvidos versos como os do Convite de José Paulo Paes:
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam. (...)

A atividade permitirá que o público infantil não só se encante pelas palavras, mas, entre uma poesia e outra, também tenha a oportunidade de interagir refletindo sobre o que está sendo contado e cantado. Haverá sorteios de brindes e a casa terá um cardápio especial para o evento.
A Tardinha Poética tem vagas limitadas. Os interessados podem adquirir o ingresso na Cuscuzeria Café a partir desta quarta-feira, 17. Ingressos individuais, antecipados, custarão R$ 7,50 (crianças até 10 anos) e R$ 15,00 (adultos e crianças a partir de 11 anos). No dia do evento, custarão R$ 20,00.

SERVIÇO

Tardinha Poética
Apresentação: Larissa Cabús
Participação musical: Miran Abs
Direção: Ricardo Cabús
Dia: Domingo, 21 de setembro de 2014. A casa abre às 16h. O evento começa pontualmente às 17h.
Local: Cuscuzeria Café - Av. Antônio Gomes de Barros, 1076 (antiga Amélia Rosa) – Jatiúca – Maceió/AL
Vendas: Cuscuzeria Café
Ingresso individual: Antecipado: R$ 7,50 (crianças até 10 anos), R$ 15,00 (adultos e crianças a partir de 11 anos). No dia: R$ 20,00.
Vagas limitadas
Classificação: livre
Informações: 8135-5990 / contato@lumeeiro.org

Realização: Instituto Lumeeiro e Cuscuzeria Café

Quem estará no palco




Larissa Cabús – Contadora de poesia para crianças e estudante de psicologia. Tem se destacado na criação de novas formas de levar a poesia às crianças. Durante nove meses fez semanalmente a Contação de Poesias na Livraria Leitura (Maceió) e atualmente desenvolve estudos sobre a relação entre a poesia e a psicologia infantil. É coordenadora de eventos para crianças do Instituto Lumeeiro.










Miran Abs – Multi-instrumentista, com destaque para o violoncelo e a flauta. Formada em Música (Licenciatura) pela UFAL e Bacharelado em Violoncelo pela UFPB. Participou de vários CDs, shows, festivais locais e nacionais e em trilha sonora para propagandas e documentários. Professora de artes da Rede Estadual de Ensino e Coordenadora Técnica de Música do PETI. Atuou como flautista e violoncelista da Orquestra de Câmara da UFAL no período de 1994 a 2004. É diretora musical do Instituto Lumeeiro.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Após a humilhação

Canalha
(Walter Franco)

É uma dor canalha
Que te dilacera
É um grito que se espalha
Também pudera
Não tarda nem falha
Apenas te espera
Num campo de batalha
É um grito que se espalha
É uma dor
Canalha


quinta-feira, 26 de junho de 2014

II Arraial do Papel no Varal faz sucesso unindo poesia e São João

O sarau matuto fez parte da programação oficial dos festejos juninos da Prefeitura: “São João em Maceió é festa, futebol e forró”


Por Samara Elsie

Ricardo Cabús e o Grupo Gogó da Ema. Foto: Samara Elsie

O Arraial Central da Prefeitura de Maceió recebeu mais uma edição do sarau junino do Papel no Varal, apresentado por Ricardo Cabús nesse 25 de Junho. Com muita alegria, música e poesia matuta o público festejou a noite no clima do São João.

O grupo Gogó da Ema iniciou o sarau com seu forró pé-de-serra, cantando composições de Luiz Gonzaga, Ivaldo Maceió e vários artistas nordestinos. A celebração reuniu uma plateia bastante participativa de várias idades e de diversas regiões. Como no ano passado, o público – estimado em torno de mil pessoas – ocupou todas as cadeiras disponíveis e uma boa parte permaneceu em pé assistindo o sarau.

O poeta Tonho Lambe-Sola foi homenageado pela perfomance alegre do ator Paulo Poeta que declamou vários poemas da autoria do escritor, entre elas “Profissão Ingrata” e “Criança não é cachorro”.

Uma das participantes, Socorro Lemos afirma que é uma experiência maravilhosa poder fazer parte do sarau poético. Segundo ela, projetos como esse devem ser mantidos e crescer cada vez mais no estado.



O ator Paulo Poeta faz homenagem ao escritor Tonho Lambe-Sola. Foto: Samara Elsie

O cantor alagoano Eliezer Setton animou ainda mais a noite com canções clássicas juninas como “Luar do sertão”. É a segunda edição do Arraial que o cantor participa e comenta a mistura do São João e a poesia: “Eu duvido que esse tipo de evento exista em algum canto do Brasil. O cordel, a poesia e essa nordestinidade tem tudo haver com a festa junina.”

Com muito bom humor durante a noite foram lidas as declarações de paquera do “Correio elegante” e também foram distribuídos vários prêmios e brindes, entre eles o “troféu macaxeira” para o melhor declamador de poesia do sarau. Cristina Patriota leu a poesia de Nonato Costa, “Quem compete com os anos perde a luta”, ela já participou de várias edições do Papel no Varal e afirma: “Achei uma iniciativa maravilhosa unir a poesia à festa junina, porque geralmente vemos o São João apenas como dança e forró. E trazer a poesia principalmente com essa temática é fantástico!”

Após as leituras poéticas o público transformou o Arraial em um grande arrasta-pé. Foto Divulgação


O evento terminou com o som de Rogério Nicácio e Forró Xodó Beleza que animou a dança entre os casais com muito forró pé-de-serra. O II Arraial do Papel no Varal foi promovido pelo Instituto Lumeeiro e a Prefeitura Municipal de Maceió e contou com o apoio de Ao Pharmacêutico, Ufal, IZP, IMA, SuperPizza, Cuscuzeria, Bodega do Sertão e Cachaça Engenho Nunes.

terça-feira, 10 de junho de 2014

II Arraial do Papel no Varal celebra o São João em Maceió

(Ascom Lumeeiro)

Para festejar o São João no mês de Junho, o Instituto Lumeeiro realizará no dia 25 (quarta-feira), o II Arraial do Papel no Varal. O evento faz parte da programação oficial dos festejos juninos de 2014 “São João em Maceió é festa, futebol e forró” e inclui a realização de um sarau poético, com diversas atrações relacionadas à temática nordestina.

Apresentado por Ricardo Cabús, o II Papel no Varal junino ocorrerá no Pavilhão Pé-de-Serra do Arraial Central, no estacionamento de Jaraguá a partir das 20h. O sarau guarda uma homenagem ao poeta alagoano Tonho Lambe-Sola, um ícone da poesia matuta.

Para entrar ainda mais no espírito do São João a participação musical será de Eliezer Setton com músicas de sua autoria e clássicos do forró, além do arrasta-pé com trio pé-de-serra. Entre outras atrações haverá o correio elegante e a distribuição de brindes ao público presente.

No varal estarão pendurados de Zé da Feira a Chico Doido do Caicó, passando por Pinto do Monteiro com seus belos versos sobre a saudade:

Essa palavra saudade
Conheço desde criança
Saudade de amor ausente
Não é saudade, é lembrança
Saudade só é saudade
Quando morre a esperança.

O II Arraial do Papel no Varal é realizado em parceria com a Prefeitura de Maceió e a entrada é gratuita, com reservas de mesas antecipadas nas farmácias Ao Pharmacêutico.
No ano passado, a primeira edição do evento foi recebida com sucesso pelos espectadores. O objetivo do sarau é divulgar a poesia com música, arte e alegria para a população alagoana.



QUEM ESTARÁ NO II ARRAIAL DO PAPEL NO VARAL

Ricardo Cabús: poeta, tradutor, compositor e professor universitário, lançou dois livros de poesia, Cacos Inconexos e Estações Partidas, e A Galinha Saudosa, título de literatura infantil. É professor da UFAL, presidente do Instituto Lumeeiro, idealizador e apresentador do projeto Papel no Varal, além de criador e diretor do Minuto de Poesia na Rádio Educativa FM.








Eliezer Setton: cantor e compositor maceioense, apaixonado pelo autêntico forró. Suas canções já participaram da trilha sonora de filme, coletâneas internacionais e ganharam diversos prêmios. Músico prolífico, Eliezer tem nove álbuns lançados desde 1996 nos quais canta sobre amor, folclore nordestino e as paisagens das cidades que visitou.







HOMENAGEADO

Tonho Lambe-Sola: Antonio Aurélio de Morais, ou Mestre Tonho, nasceu em 1927 em Atalaia e foi criado em Viçosa. Desde a infância consertava sapatos para sustentar-se. Começou a escrever poesias aos 45 anos, quando aprendeu a ler. Lançou Versos de um Lambe-sola, livro com uma característica fortemente matuta.





SERVIÇO

II Arraial do Papel no Varal

Data: 25 de Junho de 2014

Local: Arraial Central, no Jaraguá

Horário: a partir das 20h

Entrada: Gratuita

Reservas de mesas antecipadas: Farmácias Ao Pharmacêutico

Apresentação: Ricardo Cabús

Participação Musical: Eliezer Setton e trio de forró pé-de-serra

Classificação etária: Livre

Promoção: Prefeitura Municipal de Maceió e Instituto Lumeeiro

Apoio: Ao Pharmacêutico, Ufal, IMA, Bodega do Sertão, Cuscuzeria, Cachaça Engenho Nunes e Super Pizza.