Quando cheguei ao Bar Delícia das Águas, meia hora antes das oito, estava tudo pronto. Taísa e sua equipe já haviam deixado o varal de acordo com o figurino. Os cem poemas de cem autores estavam aleatoriamente pendurados nas áreas cobertas do bar. Cris Braun já tinha preparado o som como queria, com seus cabos e microfone a postos. Havia um detalhe no ajuste do som ambiente, que foi resolvido depois de alguma negociação com os botões da mesa de som. Tayra e Amanda atendiam os clientes que chegaram cedo ou nem sabiam do sarau que iria ocorrer logo em seguida. A chuva havia parado, mas o céu dizia que a noite seria molhada. A banca de livros foi montada, com obras de poetas alagoanos, graças ao Marcos de Farias Costa que forneceu parte do generoso acervo de poesia do sebo Dialética. Fernando Fiúza, Tainan Costa e Arriete Vilela também deixaram alguns exemplares.
Embora previsto para as oito, o evento começou pontualmente às nove horas. Não adianta dar murro em ponta de faca. Esse tempo serviu para boas conversas e apresentações entre pessoas que passavam a se conhecer a partir de um motivo comum. Chamei o Zé Márcio para abrir a noite, após explicar o Projeto e as regras do sarau – qualquer um pode ler qualquer poema do varal, porém um poeta não pode ler seu próprio poema e só vale o que está no varal. Para dar um norte, Zé Márcio escolheu Pontos Cardeais do Marcos de Farias Costa. Daí, seguiram-se 50 minutos de poemas interpretados por muita gente legal. Dentre outros, Jorge de Lima, Alice Ruiz, Augusto dos Anjos e Jorge Cooper se misturaram a Chico Doido do Caicó, Paulo Leminski, Mário Benedetti e TS Eliot nas mais diferentes vozes e interpretações.
Veio o intervalo e Cris Braun tomou conta do palco dando um super show, com direito a se pendurar no banco e contar histórias dos tempos de Sex Beatles, quando suas coxas foram eleitas as mais gostosas do país pela revista Heavy Metal. Voltamos para a segunda parte do sarau e convidei o Paulo Poeta para declamar Patativa do Assaré. A partir deste momento, novos atores surgiram e a noite de poesias aconteceu surpreendentemente até pouco depois da meia-noite, quando convidei Altair Roque para uma canja que varou a madrugada.
Chamou a atenção a quantidade de jovens que participaram ativamente do sarau, se juntando aos veteranos, como Dydha Lyra, Fernando Fiúza, Letícia, Malu e a própria Cris Braun que também se destacou na interpretação de poemas. Os jovens em geral começavam tímidos, tensos e se soltavam com o andar do poema. A declamação de Beijo Eterno de Castro Alves, por Rachel foi um dos pontos altos dessa leva. Amanda também interpretou com bela desenvoltura alguns poemas. Por sua vez Allan, a caminho do palco, antes de ler mais uma peça, disse a frase da noite: “Isto vicia”.
Aqui, acolá ocorreram algumas transgressões às regras do sarau por pessoas que chegaram atrasadas e não sabiam do jogo. Mas nada que comprometesse o espírito de participação coletiva onde a poesia se sobrepõe ao indivíduo. E a chuva? Sim, a chuva voltou várias vezes e em alguns momentos deu ao vento a oportunidade de jogar um banho em quem ficasse próximo às bordas do toldo, postado na entrada do bar.
E mesmo assim, com chuva no céu e final da Copa do Brasil nas tevês, o Papel no Varal compartilhou poesia com algo em torno de uma centena de seres permeáveis ao sentimento brotado de outra centena de autores que juntaram palavras que foram impressas e jogadas em um varal, quarando ao vento de uma noite úmida e feliz.
Embora previsto para as oito, o evento começou pontualmente às nove horas. Não adianta dar murro em ponta de faca. Esse tempo serviu para boas conversas e apresentações entre pessoas que passavam a se conhecer a partir de um motivo comum. Chamei o Zé Márcio para abrir a noite, após explicar o Projeto e as regras do sarau – qualquer um pode ler qualquer poema do varal, porém um poeta não pode ler seu próprio poema e só vale o que está no varal. Para dar um norte, Zé Márcio escolheu Pontos Cardeais do Marcos de Farias Costa. Daí, seguiram-se 50 minutos de poemas interpretados por muita gente legal. Dentre outros, Jorge de Lima, Alice Ruiz, Augusto dos Anjos e Jorge Cooper se misturaram a Chico Doido do Caicó, Paulo Leminski, Mário Benedetti e TS Eliot nas mais diferentes vozes e interpretações.
Veio o intervalo e Cris Braun tomou conta do palco dando um super show, com direito a se pendurar no banco e contar histórias dos tempos de Sex Beatles, quando suas coxas foram eleitas as mais gostosas do país pela revista Heavy Metal. Voltamos para a segunda parte do sarau e convidei o Paulo Poeta para declamar Patativa do Assaré. A partir deste momento, novos atores surgiram e a noite de poesias aconteceu surpreendentemente até pouco depois da meia-noite, quando convidei Altair Roque para uma canja que varou a madrugada.
Chamou a atenção a quantidade de jovens que participaram ativamente do sarau, se juntando aos veteranos, como Dydha Lyra, Fernando Fiúza, Letícia, Malu e a própria Cris Braun que também se destacou na interpretação de poemas. Os jovens em geral começavam tímidos, tensos e se soltavam com o andar do poema. A declamação de Beijo Eterno de Castro Alves, por Rachel foi um dos pontos altos dessa leva. Amanda também interpretou com bela desenvoltura alguns poemas. Por sua vez Allan, a caminho do palco, antes de ler mais uma peça, disse a frase da noite: “Isto vicia”.
Aqui, acolá ocorreram algumas transgressões às regras do sarau por pessoas que chegaram atrasadas e não sabiam do jogo. Mas nada que comprometesse o espírito de participação coletiva onde a poesia se sobrepõe ao indivíduo. E a chuva? Sim, a chuva voltou várias vezes e em alguns momentos deu ao vento a oportunidade de jogar um banho em quem ficasse próximo às bordas do toldo, postado na entrada do bar.
E mesmo assim, com chuva no céu e final da Copa do Brasil nas tevês, o Papel no Varal compartilhou poesia com algo em torno de uma centena de seres permeáveis ao sentimento brotado de outra centena de autores que juntaram palavras que foram impressas e jogadas em um varal, quarando ao vento de uma noite úmida e feliz.
Noite com certeza foi um sucesso!!!
ResponderExcluirPuxa! Gostaria de ter compartilhado essa noite com vocês, pessoalmente.
ResponderExcluirMas, já é bom saber como do sarau pelo teu olhar.
O projeto já é um sucesso. Viva.
Abç,
Germana
Parabéns,Ricardo!
ResponderExcluirDe parabéns Alagoas por ter gerado um poeta feito você, que socializa não apenas a sua arte,mas também a sua simpatia agregadora de artes diversas,além do prazer de reverenciar artes e artistas.
O "Papel no Varal" é sucesso faça chuva ou faça sol,o público agradece e pede bis.
Você merece o aplauso de todos nós.
Muito grata pelos belos poemas seus e dos seus pares.
Sou sua fã e tenho orgulho de ser sua amiga.
Cidinha Madeiro
Que maravilha, Ricardo. Parabéns!
ResponderExcluirAbs, Tchello.
Fico muito agradecido pela informação do Projeto Papel no Varal. Infelizmente, dessa vez não deu para conhecer e prestigiar. São iniciativas assim que fazem a diferença.
ResponderExcluirMais uma vez obrigado.
Sinval Costa
Fiquei com o coração tão apertadinho ao ler sobre o papel no varal e saber que perdi tão grande "festa", mas ao mesmo tempo muito feliz por saber, mesmo de longe, que o projeto está repercutindo cada vez mais e melhor! Parabéns!
ResponderExcluirArilene
...meu caro Ricardo, belo texto e um bom registro para a posteridade. Acho que deveria guardá-los, pois, sem dúvida estais fazendo história..
ResponderExcluirAbraços...
Edson Bezerra
Que bom Ricardo.... no fundo a natureza nunca atrapalha, apenas se empresta pra enriquecer nossa poesia. Seu texto é uma prova disso..."quarando ao vento em uma noite úmida e feliz". Ana Claudia
ResponderExcluirValeu Ricardo, continue encantando as noites de Maceió com muita poesia... no próximo irei.
ResponderExcluirAbraço forte de felicidade!
Doriane
Que legal, hein? gostaria de estar por aí para ver.
ResponderExcluirParabéns!
Cláudia
Q linda e poética descrição de um evento,q me deu uma pontinha de inveja por n estar lá.Mas,quem sabe se no próximo sarau,terei a oportunidade(depende de estar ou n de plantão,e ter conhecimento do mesmo)de presenciar outras manifestações da nossa cultura artística literária,e q é melhor ,c amigos talentosos e consagrados como vcs.Bjs.
ResponderExcluirAna Rita
acabei de ler sua bela descrição da noite de chuva do papel no varal. E aí vi o quanto perdi. Avise-me sempre. Parabéns pela sempre boa e criativa iniciativa.
ResponderExcluirBeijos,
Valéria
Oi Ricardo:
ResponderExcluirParabéns por essa noite tão deliciosa que você relatou de forma tão
poética. Acho até que poderia ser a 101a. poesia no varal!
Cheguei até a me sentir na beradinha do toldo, recebendo um pouco de
chuva trazida pelo vento.
Pena não ter podido conhecer as poesias de fato.
Aceito uma dica de onde conhecer melhor o pessoal.
Meus parabéns a todos que participaram e desfrutaram.
Abraços,
ander
:-)
Que maravilha, Ricardo. Parabéns!
ResponderExcluirAbs, Tchello.
Lindo o teu texto! Mais uma vez estive ausente! Era quarta-feira e dia de reavaliação. Sair da UFAL com chuva a cântaros, às 22:00, não estimula ninguém a dar uma esticada, nem que seja por uma boa causa, como o Varal de Poesia.
ResponderExcluirQue bom que a noite foi um sucesso! Ah! e se a Amanda é quem eu penso, foi estimulada por mim a participar.
Abraço,
Gabriela
Ricardo, que legal!Continue me mandando as informações.Prometo que qualquer dia apareço pra prestigiar e também curtir uma noite regada a poesia e música, com certeza enebriante.Um abraço
ResponderExcluirWilma
Sinto por não poder ter participado desse evento que deve ter sido além do agradável. Mas lendo seu e-mail me sinto praticamente in loco e muito feliz com e resultado de sucesso.
ResponderExcluirParabéns!
Rafaela
Ricardo, parabéns pela iniciativa e pelo entusiasmo. A julgar pelo relato dos acontecimentos, não tenho a menor dúvida de que eu teria adorado.
ResponderExcluirLuciana.
Ricardo
ResponderExcluirDepois de lêr seu relato, minha dôr doeu mais forte...
Infelizmente, a chuva me eclausurou... Graças, que tudo ocorreu bem... Conte comigo nos próximos eventos... Abração. Eduardo Proffa
Dessa vez não conseguimos ir mas pelo relato foi muito bom! Parabéns! Precisamos de iniciativas sensíveis e inteligentes.Rosa
ResponderExcluirDepois deste poema-relato ou relato-poema sinto-me mais triste ainda porque não fui. Regina
ResponderExcluirAmei aquele dia, concordo com Allan, que disse que "isso vicia"!!!
ResponderExcluirDesta vez me soltei mais, e certamente nos outros "varais" que estão por vir, estarei lá na frente dando minha contribuição às leituras da noite.
Parabéns pelo projeto!!!
Rachel
muito obrigada por enviar aqui a sua belissima descricao da noite de chuva do Papel no Varal, parecia até que eu estava presente. Adorei tbm esse título. Muito criativo. Estou sem palavras. Desejo muito sucesso! Gostaria de conhecer se nao for pedir muito os seus poemas próprios. Rosalina
ResponderExcluirMuito legal essa idéia, Ricardo! Por favor, não deixe de me avisar sobre o próximo varal. Estarei lá. Maria Yvone
ResponderExcluirParabens amigo, fico feliz com eventos maravilhosos com esse, e triste de não poder participar, pois trabalho enquanto os outros se divertem. Silvana
ResponderExcluirOi Ricardo!!!
ResponderExcluirQue beleza!!! Parabéns pelo sucesso do evento.
Vamos tentar nos programar p um proximo,
Ezra
Ainda bem que fui ao bar. Gostei muito de tudo que aconteceu (menos o acidente com a moto, claro). E como disse um carinha por lá: Isto vicia. Aí eu digo: Isto piora o meu vício.
ResponderExcluirZéMárcio
Legal ! Gostei !
ResponderExcluirVc escreve e descreve tudo de uma forma muito bonita, meu Amigo.
Celia
Que beleza!
ResponderExcluirLamentei muito não estar em Maceió no dia para poder estar presente. Apesar de não ser poeta e não entender tanto de poesia, parece ter sido uma noite muito interessante. Iuri
Fui pela primeira vez e gostei. Além da possibilidade de rever muitos amigos e artistas que comungam do mesmo prazer.
ResponderExcluirAdorei o texto, farei o possível para participar do próximo. Muito legal! parabéns! Juliana
ResponderExcluirQue belo texto, Cabus! Obrigada pelo relato tão poético e também pelo carinho de nos manter informadas. Beijos,
ResponderExcluirIldney
Pô, Ricardo,
ResponderExcluirSó me deixou com vontade de estar lá também. Me avise antes, quando for acontecer o próximo varal, ok?
Bjos, Cláudia
Parabéns pelo sucesso do evento. Ainda não consegui participar por dificuldades
ResponderExcluirpessoais mas sei que uma hora chego lá.
Veronica
PARABENS !!! SUCESSO ABSOLUTO NOITADA "POESIAS NO VARAL". NEM A CHUVA CONSEGUIU BORRAR E NEM APAGAR O BRILHO DAS PESSOAS QUE LÁ ESTAVAM. TODO SUCESSO É POUCO PARA VOCE NESTE PROJETO QUE ESTÁ DANDO O QUE FALAR NOS MEIOS CULTURAIS DA BOA E VELHA TERRA. RUI AGOSTINHO.
ResponderExcluirOlá Ricardo,
ResponderExcluirEstou sempre atenta aos seus movimentos de semear poesia. Tenho certeza que os frutos serão muitos e torço por isso. E esses frutos serão mais doces se soubermos legitimar a poesia com nossa própria existencialidade.
Um grande abraço e parabéns!
Leda Almeida
Meu amigo,
ResponderExcluirestou em falta com o projeto que vc vem montando e fazendo sucesso. Tudo o que vc toca, como Midas, vira ouro. Achei o ultimo encontro - conforme o seu relato - uma maravilha. Deixou-me o gostinho de saudade. Saudade dos momentos vividos onde eu tentava declamar versos, que escutados por seus autores poetas me esganariam, mas declamava como a águia que não tem medo de voar e procurando ter a sonoridade de um passarinho. Saudade... Saudade da cachaça com mel, da cerveja, da informalidade e da ousadia que tinha de vez em quando ao misturar poesias consagradas com os meus poeminhas de versos quebrados, mas que exprimiam meus sentimentos de gente e mulher.
Beijos,
Inacinha
Oi Ricardo, fico feliz pela sua sensibilidade para com a poesia... Você é um ótimo poeta e um grande ser humano. Acompanho seu trabalho de longe mas fico torcendo por seu sucesso. Pessoas como você tornam o mundo mais colorido...
ResponderExcluirMuita paz!
Abração
Chico
Oi Ricardo
ResponderExcluirParabéns por mais essa iniciativa !!
Vc continua sendo o mesmo MC do pedaço de sempre !!
Alguma hora dessa eu consigo ir a uma das sessões do Papel no Varal...
Abração
Paulinho
Olá,Ricardo Cabus,
ResponderExcluirInfelizmente, não deu prá chegar a tempo.Parabéns pelo sucesso.Abração.Ibys Maceioh.
Acesse:
http://ibysmaceioh.blogspot.com
http://clubecaiubi.ning.com/profile/ibysmaceioh87
http:poeiraecantos.blogspot.com
Cara, confesso que fico muito feliz com as notícias poéticas daí.Bom saber da sua atividade poética, a cidade precisa/merece disso!
ResponderExcluirDá vontade de estar aí, de falar poema...e de ver a mulherada caeté que por si só é pura poesia!!!
Yonare (de Brasília)
Parabéns e Vivas ao Dom Quixote da Poesia
ResponderExcluirDom Ricardo Cabus.
Rômulo
Olá Ricardo.
ResponderExcluirFoi uma festa muito bonita mesmo. E que eu possa mais uma vez quando ébrio de poesia na noite do varal de letras, falar que "isso vicia"!
Naquela noite, o clima estava ótimo e havia espaço para quem quiser soltar seu verbo, tendo em vista as poesias do varal claro, bem como algumas licenças. Me senti bem a vontade e cheguei a pensar que dias como esse podem fazer reavivar a poesia que existe em nossas carnes alagoanas, que bem merece ser divuldada, propagada, brincada nas praças pra's gentes!
Ah e endosso: uma edição temática no La Rosa de Mossoró, e bem, mais e mais edições do projeto!
Abraços!
RICABÚS,
ResponderExcluirVocê é um bicho em extinção, um fóssil poético. É, para a poesia em Alagoas, hoje, o que Ranilson França foi para o folclore e Elinaldo Barros é para o cinema. Três caras improváveis, mas felizmente reais.
Abração do
SIDNEY WANDERLEY