domingo, 23 de janeiro de 2011
sábado, 22 de janeiro de 2011
Onde comprar mesas para o Papel no Varal
Edwin Morgan estará no Papel no Varal de 25/1/2011
Edwin Morgan
Um Cigarro
Tradução: Ricardo Cabús
Não há fumaça sem você, meu fogo.
Depois que você partiu,
seu cigarro incandesceu em meu cinzeiro
e lançou um longo fio cinzento tão vertical que
eu sorri a devanear sobre quem acreditaria neste sinal
de amor profundo. Um cigarro
no cinzeiro de um não-fumante.
Enquanto o último filete
treme, uma brisa repentina
sopra arejando minha face.
É aroma, é sabor?
Você está aqui de novo e eu estou embriagado nos seus lábios de tabaco.
Apague a luz.
Deixe a fumaça pousar de volta na escuridão.
E até que eu ouça a última cinza
suspirar entre as flores de latão
eu respirarei, até bem depois da meia-noite, seu último beijo.
Edwin Morgan
One Cigarette
No smoke without you, my fire.
After you left,
your cigarette glowed on in my ashtray
and sent up a long thread of such quiet grey
I smiled to wonder who would believe its signal
of so much love. One cigarette
in the non-smoker's tray.
As the last spire
trembles up, a sudden draught
blows it winding into my face.
Is it smell, is it taste?
You are here again, and I am drunk on your tobacco lips.
Out with the light.
Let the smoke lie back in the dark.
Till I hear the very ash
sigh down among the flowers of brass
I'll breathe, and long past midnight, your last kiss.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Chico Fidelis e Pauline Alencar trarão a boa música ao Papel no Varal
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Papel no Varal volta em seu formato tradicional
SERVIÇO
Papel no Varal
Tema: Eclético
Dia: 25/1/2011, terça-feira
Horário: 20h
Local: BomBar (Jatiúca - Maceió - AL)
Entrada gratuita
Mesa para quatro pessoas: 20 reais (antecipada: 16 reais)
Participação Musical: Francisco Fidelis
Reserva de mesas e Informações: 8872.1705 / reservas@lumeeiro.org /
Coordenação: Ricardo Cabús
Produção Executiva: Rita Moura
Produção Artística: Taísa Cabús
Promoção: Instituto Lumeeiro
Apoios já confirmados: Instituto Zumbi dos Palmares - Rádio Educativa FM, Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC - Maceió), Fika Frio.
Sobre o Papel no Varal:
http://cacosinconexos.
http://www.youtube.com/user/
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Bukowski, blues e cerveja… beba cerveja!
café sem açúcar
(ricardo cabús)
o amargo
largo ao caminhar sob as estrelas
e dissolvo na saliva
na maresia
no vento
a vida é doce
quando menos se espera
a vida é doce
quanto menos se espera
Para as estrelas me apontarem o caminho
Estava no aniversário de Zé Ivo, quando Atiba me propôs fazermos um evento juntos. É jazz? Perguntei. – Não, é blues, ele disse. Não tive dúvidas no título: Bukowski Blues. Em poucos dias estava tudo resolvido, seria no BomBar numa terça-feira (11/1/11), às 21 horas. Fiquei noites e noites lendo, selecionando e traduzindo poemas, já que tinha apenas seis ou sete do Bukowski. Consegui chegar aos 25 poemas que se somariam aos 12 blues selecionados por Atiba. Na segunda-feira, todas as 45 mesas estavam reservadas, e ainda sairia uma bela matéria no Bom Dia Alagoas no dia do show. Desconfiei que a casa estaria cheia. Dito e feito, show com gente em pé por todo lado, encostando-se aos muros, árvores e carros das redondezas. Disseram que havia mais de 300 pessoas. Desconfiei que o Bar não fosse dar conta. Dito e feito, o que aumentou o clima bukowskiano da noite. A plateia era eclética, a maioria de jovens que se mesclavam à geração que lera Bukowski quando tinha a idade deles. O show atrasou devido a problema com um dos instrumentos na passagem de som. Depois de abrir minha garrafa de cachaça, começamos o Bukowski Blues algo depois das nove e meia. Iago leu um texto de apresentação do show, que se iniciou com Atiba Taylor e Ricardo Lopes levantando a plateia com um belo blues que não lembro o nome agora. Em seguida, eu disse ‘A genialidade da multidão’. Músicas e poemas se cruzarão de forma harmônica. Got a feeling, Down home blues, Georgia, Summertime, dentre outros blues, alternaram-se com poemas como role os dados, o amor é um cão do inferno, confissão, como ser um grande escritor e azulão. A música estava perfeita. Atiba, em noite inspirada, cantou, tocou sax, piano, agitou a plateia. Ricardo Lopes fez o que quis com a guitarra e o violão. Havia química entre os dois e o público. Em certo momento, o músico norueguês, Rolf-Eric Nistrom, que estava de passagem por Maceió, se juntou à Atiba e Lopes e deu uma canja mais que especial. Enquanto dava vazão à minha exclusiva garrafa de cachaça, em homenagem ao velho Buck, os poemas eram ditos. Creio que alguns saíram legais. Um detalhe, depois de lidos, eu sempre jogava os poemas ao chão. Entre um gole e outro noto um apanhador de poemas, que corria para pegá-los, cada vez que uma folha procurava o melhor trajeto para encontrar o solo. Era Luiz, que provavelmente também estava alcoolicamente sintonizado com o clima bukowskiano da noite. Percebi que Janaína e Magella sorriam. Houve um momento que apareceu um carro da polícia. Era um show, mas como eu estava dirigindo bêbado, pensei logo que era comigo. Mas não, os caras ficaram ouvindo a bela música e alguns poemas até que saíram quando li um verso que falava da estreiteza de uma parte muito interessante (pelo menos para mim) da anatomia feminina. E como em quase todos os meus eventos, choveu. Mas o álcool fez-me não perceber a chuva, nem o relógio. O que era para ser uma hora e meia de apresentação tornou-se três. Fiquei impressionado quando percebi que passava da meia-noite e as mesas estavam praticamente todas ocupadas. Fechamos o show com azulão (bluebird) “em meu coração existe um pássaro um azulão que quer sair mas eu não permito, ...”. Ainda tive consciência para autografar – com um garrancho ilegível, mas cheio de felicidade – alguns exemplares de ‘Cacos Inconexos’. Ouvi alguns comentários legais das pessoas e dei uma entrevista para um blog. Espero que não tenha falado muita bobagem, pois não consigo lembrar o que disse e nem mesmo o endereço para ler a entrevista. Em seguida, escolho uma mesa afastada, sento acompanhado de minha garrafa e tomo meu último gole, enquanto o céu de Maceió abre suas pernas para as estrelas me apontarem o caminho. (ricardo cabús)
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Bukowski - Azulão / bluebird
Charles Bukowski
azulão
Tradução: Ricardo Cabús
em meu coração existe um pássaro um azulão que
quer sair
mas eu não permito,
eu digo, fique aí, eu não vou deixar
ninguém ver
você.
em meu coração existe um pássaro um azulão que
quer sair
mas eu dou uísque para ele e jogo
fumaça de cigarro
e as putas e as garçonetes
e as atendentes
nunca sabem que
ele está aqui dentro.
em meu coração existe um pássaro um azulão que
quer sair
mas eu não permito,
eu digo,
fique quieto, você quer
me ferrar?
você quer fuder meu trabalho?
você quer estragar a venda de meus livros na
Europa?
em meu coração existe um pássaro um azulão que
quer sair
mas eu sou sabido, eu só deixo ele sair
de vez em quando à noite
quando todo mundo está dormindo.
eu digo, eu sei que você está aí,
não fique
triste.
então eu coloco ele de volta,
mas ele ainda está cantando um pouco
aqui dentro, eu não deixei ele
morrer totalmente
e nós dormimos juntos desse
jeito
com nosso
pacto secreto
e isto é tão legal que
faz um homem
chorar, mas eu não
choro, e
você?
Charles Bukowski
bluebird
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too tough for him,
I say, stay in there, I'm not going
to let anybody see
you.
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I pur whiskey on him and inhale
cigarette smoke
and the whores and the bartenders
and the grocery clerks
never know that
he's
in there.
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too tough for him,
I say,
stay down, do you want to mess
me up?
you want to screw up the
works?
you want to blow my book sales in
Europe?
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too clever, I only let him out
at night sometimes
when everybody's asleep.
I say, I know that you're there,
so don't be
sad.
then I put him back,
but he's singing a little
in there, I haven't quite let him
die
and we sleep together like
that
with our
secret pact
and it's nice enough to
make a man
weep, but I don't
weep, do
you?
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Bukowski Blues: Esclarecimentos sobre o evento
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
A genialidade da multidão - Charles Bukowski
Charles Bukowski
A genialidade da multidão
Tradução: Ricardo Cabús
há bastante traição, ódio, violência, absurdo no ser humano
comum para suprir qualquer exército em qualquer dia
e os melhores assassinos são os que pregam contra isto
e os melhores em ódio são os que pregam amor
e os melhores em guerra finalmente são os que pregam a paz
aqueles que pregam deus, precisam de deus
aqueles que pregam a paz, não têm paz
aqueles que pregam a paz, não tem amor
cuidado com os pregadores
cuidado com os entendidos
cuidado com aqueles que estão sempre lendo livros
cuidado com aqueles que detestam pobreza
ou têm orgulho dela
cuidado com aqueles que são rápidos no elogio
porque precisam de elogios de volta
cuidado com aqueles que são rápidos na censura
eles estão preocupados com o que não sabem
cuidado com aqueles que vivem buscando multidões porque
não são nada sozinhos
cuidado com o homem comum a mulher comum
cuidado com o amor deles, o amor deles é comum
busca o comum
mas há genialidade no ódio deles
há bastante genialidade no ódio deles para matar você
para matar qualquer um
não querendo a solidão
não entendendo a solidão
eles tentarão destruir tudo
que for diferente deles próprios
não sendo capaz de criar arte
eles não entenderão de arte
eles considerarão suas falhas como inventores
apenas como uma falha do mundo
não sendo capaz de amar completamente
eles acreditarão na incompletude do amor
e então eles odiarão você
e esse ódio será perfeito
como um diamante brilhante
como uma faca
como uma montanha
como um tigre
como cicuta
a mais fina arte.
Charles Bukowski
The Genius Of The Crowd
there is enough treachery, hatred violence absurdity in the average
human being to supply any given army on any given day
and the best at murder are those who preach against it
and the best at hate are those who preach love
and the best at war finally are those who preach peace
those who preach god, need god
those who preach peace do not have peace
those who preach peace do not have love
beware the preachers
beware the knowers
beware those who are always reading books
beware those who either detest poverty
or are proud of it
beware those quick to praise
for they need praise in return
beware those who are quick to censor
they are afraid of what they do not know
beware those who seek constant crowds for
they are nothing alone
beware the average man the average woman
beware their love, their love is average
seeks average
but there is genius in their hatred
there is enough genius in their hatred to kill you
to kill anybody
not wanting solitude
not understanding solitude
they will attempt to destroy anything
that differs from their own
not being able to create art
they will not understand art
they will consider their failure as creators
only as a failure of the world
not being able to love fully
they will believe your love incomplete
and then they will hate you
and their hatred will be perfect
like a shining diamond
like a knife
like a mountain
like a tiger
like hemlock
their finest art
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Bukowski Blues - Como chegar no BomBar
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
A poesia de Charles Bukowski invade o verão de Maceió
Bukowski Blues. Na próxima terça, 11/1/11, às 21h, no BomBar (Jatiúca), o Instituto Lumeeiro apresenta uma noite de poesia e música. Ricardo Cabús traz a poesia de Charles Bukowski -- o melhor poeta dos Estados Unidos, segundo Jean Paul Sartre -- banhada no blues de Atiba Taylor e Ricardo Lopes.
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